- «O telejornal acaba de dar 15 segundos a um Secretário de Estado da Educação e 30 ao Mário Nogueira para dizerem do número de aderentes à greve dos professores – de certo porque é ao líder da “Fenprof” a quem a Direcção da RTP reconhece perfil para proclamar sobre tudo quanto diz respeito à Educação e às Escolas no noso país (enquanto diariamente o “Público” procura fazer de “jornal de parede” dessa cúpula político-sindical e continuar prática de pequenos partidos cujos quadros são hoje ideólogos do neo-liberalismo, altos dirigentes políticos da burguesia, profissionais liberais de elevado sucesso e dirigentes de partidos que não querem assumir responsabilidades governamentais, ao mesmo tempo que não prescindem de apontar críticas em vez de enunciar soluções).
Pelo meio o apresentador de serviço não deixou de publicitar a entrevista que a Dona Judite foi fazer a Cristiano Ronaldo, em Manchester – viagem claramente motivada pelo interesse nacional e jamais manobra que faz da senhora o contrário da jornalista: protagonista.
No fim, o principal bloco informativo da televisão pública não deu notícia sobre o problema que continua a dividir Israel da Palestina – se calhar porque essa guerra não deixou sequelas e é problema resolvido.
Logo à noite vamos ter um “Prós & Contras” subordinado ao “Povo que é quem mais ordena” – mas não na televisão...
Posto isto – a informação da RTP é, por essas e outras, e conforme diria o Eça de Queirós, “um tratado”.
Correr com esse Jornalismo e essa Informação, a bem do interesse público e do direito que temos a ser informados com verdade, rigor e imparcialidade, é um acto de higiene – que não se pratica por causa daqueles que não são capazes de matar galinhas, mas que são capazes de comer galinhas (como escreveu Sophia)...»
4 comentários :
Quanto à greve de ontem, eu comentei assim:
Uma desconsideração do Público
Ontem o dia era importante. Haveria que manter o elevado nível da luta contra a avaliação e, agora, também contra o ECD.
Como prognósticos só depois do jogo, aguardei pelo Público de hoje, para ver os resultados.
Primeira página, nada. O Público passou-se? Não houve greve?
Páginas 2 e 3, tomada de posse de Obama. Páginas 4 e 5, ainda a propósito da tomada de posse de Obama. Páginas 6 e 7, análises sobre o que virá com Obama. Páginas 8 e 9, ainda Obama. Páginas 10 e 11, Obama. Quem merece, merece. Obama merece.
Página 12… Ufa!
“Greve com adesão alta, mas menor que a de Dezembro” e, com mais destaque, “Só viemos às 8.30 para termos mais tempo para nos divertirmos!”. Parece que a festa foi dos alunos.
Segundo os sindicatos, 91% ontem contra 94% em Dezembro. Para o ME 41%, sem que, segundo o Público, entrem os docentes das escolas (27% do total) que encerraram.
Mas 91% são atirados para a página 12, sem qualquer chamada na primeira página? Ou será que já não acredita em Nogueira?
E, para que se não some 41% e 27%, há que dizer que 27% das escolas não significam 27% de professores. Podem ser mais, ou menos. E foram fechadas por quem e com que objectivos?
Já agora: o ME reviu em alta o seu número quando à greve de Dezembro – de 61% para 66.7% - e isso, certamente, tendo em conta os descontos feitos nos ordenados dos grevistas de Dezembro. Isto pode ser objecto de auditoria. O que obriga a ser sério.
São sérios os números da Fenprof? Quem fez greve não recebeu o dia de ontem. A Fenprof só terá que fazer exibir os recibos
Terá sido o mesmo Secretário de Estado que na greve anterior anunciou 61% no próprio dia, com dados "oficiais" e depois, contabilizados os doentes e que não tinham aulas nesse dia, passou a fasquia para 67%?
Se era, os media fizeram mal em ouvir tal aldrabão...
Corrigir o erro incomoda. Porque não faz o jeito à aldrabice de outros...
É a vida!
Concordo com o leitor: a informação da RTP é um tratado. Nunca me esqueço da informação da RTP no dia das eleições regionais nos Açores.
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