- «Quem tenha a ousadia de, finalmente, resolver mudar, ou é inconsciente, ou há-de ter resistências morais e anímicas para enfrentar muitos custos de curto prazo por incompreensão, por despeito, por espírito de contradição, por perda de privilégios injustificados, e até pela reposição de regras justas e equilibradas ou pela reintrodução da racionalidade e da eficiência em estruturas sedimentadas e de hábitos arreigados.
Por aqueles que tenham razão para não gostar de uma determinada reforma fazem-se ouvir, enquanto os outros – que são a maioria esmagadora – assistem em silêncio e deixam-se contagiar pelo sentimento de desconfiança ou mesmo aversão às reformas”.»
- Miguel Cadilhe, “Factos e Enredos”, 1990.
1 comentário :
«Os que têm razões para não gostar duma reforma...»
E os que acham que a «reforma» não é reforma nenhuma?
E os que acham que a reforma necessária vai no sentido contrário da que se está a fazer?
E os que entendem qque se está a «mudar alguma coisa para que tudo fique na mesma»?
E os que acham que os objectivos declarados da reforma são opostos aos seus objectivos verdadeiros?
Diz-se de quem se opõe às reformas que serve interesses. E quem as faz? Não serve interesses nenhuns?
Nem todas as pessoas que se opõem a determinada reforma prosseguem interesses corporativos. Por muito que isto custe a acreditar à nossa classe política, há quem o faça por princípio, por convicção e por indignação genuína.
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