Diz o primeiro, no Jornal de Notícias: "No plano dos princípios, um referendo sobre o TGV - mas também sobre todos os grandes investimentos públicos - é um imperativo democrático. Projectos com efeitos orçamentais em três gerações não devem ser decididos por políticos clarividentes (?!) ou sequer por técnicos consagrados. Decisões cujas consequências se farão sentir por tempos que muito excedem o duma legislatura devem assentar na vontade esclarecida de todo um povo. E não na de um governo a prazo, assessorado por técnicos tendenciosos e dependentes de corporações directamente envolvidas nos negócios a que as decisões dão suporte. Ferreira Leite tem, pois, o dever moral de avançar com o referendo".
Escreve o segundo, no Correio da Manhã: "Embora, neste caso, concorde com Ferreira Leite, espantam-me os seus reparos. Nunca a vi contestar o TGV quando foi governante. Chego a pensar que este PSD só não quer o TGV porque é o PS que o vai fazer. Mas há uma forma de o PSD provar que fala verdade: o seu grupo parlamentar pode pedir para os portugueses decidirem a questão através de um referendo".
Em conclusão:
- 1. Paulo Morais imagina que há um "povo esclarecido" sobre uma questão tão complexa como o TGV. Tão esclarecido que percebe mais da coisa que "políticos clarividentes" (eleitos pelo "povo esclarecido", já agora) e "técnicos consagrados".
2. O mesmo Paulo Morais defende o referendo porque o TGV tem efeitos orçamentais em três gerações (tem a certeza? não serão duas, ou quatro?). Mas há alguma decisão política que não tenha consequências (orçamentais e outras) nos anos que se lhe seguem?
3. Ambos articulistas parecem nutrir um especial carinho por um instituto que tem dado provas de grande adesão do "povo esclarecido"...
4. A Dra. Manuela agradece mais esta ajuda...
2 comentários :
A linha de orientação da Oposição de há uns tempos largos para cá, além do apoucamento das medidas que o Governo vai tomando, tem outra perspectiva em mente - a estupidificação do povo.
Esses senhores são adeptos do POrtugal adiado. Faz parte de certas elites assim pensar, um pensar salazarento e paroquial.
Tudo isto para manterem a sua predominancia pessoal e politica sobre aqueles que nunca pensam pelas suas cabeças.
Libertem-se dessas oligarquias estupidas e perversas que só trazem atraso aos portugueses.
Portugal do futuro terá que estar ligado ao que de mais moderno possa existir na Europa e o TGV está no caminho certo para o desenvolvimento de Portugal no que concerne ao transporte de pessoas e à troca bens.
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