quarta-feira, abril 15, 2009
O candidato de verdade
Depois de um longo período de suspense, a companheira Manuela anunciou o candidato de verdade: o insigne constitucionalista e tribuno Paulo Rangel. Pelo caminho ficaram candidaturas de mentira: a de Marques Mendes, Aguiar Branco, Marcelo, Paulo Mota Pinto e a da própria Ferreira Leite, indigitada com amizade pelo companheiro Menezes.
O candidato de verdade não perdeu tempo. Obcecado como anda pela claustrofobia democrática, tratou logo de dizer que não vai tolerar que Vital Moreira o amordace. Significa isto que Rangel não vai tolerar que se discutam matérias europeias — pertinentes nesta eleição — e nas quais o PSD não se sente confortável.
Tal como faz na Assembleia da República, Rangel vai querer reduzir ao soundbite e à pequena intriga a campanha eleitoral. De resto, já começou. Num exercício de lógica para criancinhas, veio já atacar o seu opositor por não apoiar Barroso para o Parlamento Europeu. Veja-se a qualidade do silogismo: Sócrates diz que apoia Barroso por razões patrióticas (apesar de Barroso não ser da sua família política, é português); Vital Moreira recusa-se a apoiar Barroso (por razões políticas e apesar de ele ser português); portanto, Vital não é patriota.
Tudo isto prova que a claustrofobia mora noutro lado. Mora, desde logo, na extraordinária cabeça de Paulo Rangel, habituado que está ao verdadeiro saco de gatos que é o PSD. Mas sabendo-se que o líder parlamentar do PSD será garantidamente eleito para o Parlamento Europeu, julgo que não será de mais pedir-lhe, também por razões de ordem estritamente patriótica, que corrija o estilo — aquilo que a Sofia chama de “a voz e (…) a dicção de Natália Correia”.
PS — Apesar do seu ar pesado e conservador, Paulo Rangel marcou um ponto tecnológico: começou a usar o teleponto, embora a pobreza do discurso desmereça a novidade tecnológica.
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4 comentários :
As ratazanas do PSD poseram cá fora um rato tagarela ( a voz srs.), é que enquanto houver umas migalhas de queijo fudido o ratinho não se cala.
Por falar de ratazanas,lembrei-me de outos ratazanas que por ali vivem (s.caetano) ou viveram, são tantos, que já me esqueci dos nomes, mas recordo-me das vigarices, das corrupções,do compadrio e dos negocios fraudulentos.Eles foram e continuam, nos bancos, nas camaras, no governo,no futebol e em tudo onde houvesse um ratazana de côr laranja.
ex ppd
Só me apetece dizer o seguinte : se viessem cá a Braga, as ratazanas passariam a ser os socialistas...
A questão que coloco é muito simples: é possível falar de temas europeus sem referir o seu impacte na política nacional?
Agricultura, economia, défice, política externa, Tratado de Lisboa e a não realização do referendo, offshores, combate à corrupção...
Cá para mim, o único tema que poderia ser abordado a nível europeu sem reflexos na política nacional era o apoio a Durão Barroso para novo mandato. Mas Vital Moreira fez questão de separar as águas que o separam do socialismo de Sócrates e introduzir o tema na campanha.
Estou mesmo a ver Vital Moreira a empolgar um auditório de militantes socialistas falando da influência da co-decisão entre o Parlamento e o Conselho no quotidiano dos portugueses.
A questão que coloco é muito simples: é possível falar de temas europeus sem referir o seu impacte na política nacional?
Agricultura, economia, défice, política externa, Tratado de Lisboa e a não realização do referendo, offshores, combate à corrupção...
Cá para mim, o único tema que poderia ser abordado a nível europeu sem reflexos na política nacional era o apoio a Durão Barroso para novo mandato. Mas Vital Moreira fez questão de separar as águas que o separam do socialismo de Sócrates e introduzir o tema na campanha.
Estou mesmo a ver Vital Moreira a empolgar um auditório de militantes socialistas falando da influência da co-decisão entre o Parlamento e o Conselho no quotidiano dos portugueses.
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