sexta-feira, maio 15, 2009

Pode-se escrever bem e ser-se uma fraude?

Com a qualidade a que já nos habituaram, a Sr.ª Guedes e Vasco dedicaram-se hoje a fazer jorrar um chorrilho de disparates, próprios de quem fala de tudo mas não sabe nada daquilo que fala:
    • Sr.ª Guedes — o Conselho Superior da Magistratura não teve conhecimento do relatório sobre as alegadas pressões.

    Ora o Conselho Superior da Magistratura não tem nada, mas absolutamente nada, a ver com o assunto. O conselho que mandou investigar essas alegadas pressões foi outro, o Conselho Superior do Ministério Público.

    • Sr.ª Guedes — Os membros do Conselho gostavam muito de ter tido acesso a esse relatório. E é incrível que não tenham tido conhecimento. Como é que puderam deliberar sem conhecer o relatório?
    • VPV — se calhar ficaram a conhecer apenas as conclusões...
    • Sr.ª Guedes — Pois, mas decidiram sem conhecer o relatório.

    Ora, não conheceram o relatório (nem a totalidade, nem as conclusões) e não precisavam de o ter conhecido, precisamente porque, ao contrário do que as luminárias em causa acham, os conselheiros não tomaram qualquer decisão sobre esse relatório, o que, aliás, é referido em todos os jornais. Quem o fez foi o procurador-geral da República, apenas, que o podia fazer ao abrigo dos poderes que lhe estão delegados pelo Conselho (o Conselho Superior do Ministério Público, recorde-se).

    • VPV — O Sr. Mota tem um dever de reserva e não pode falar com ninguém sobre o processo. Não podia dizer nem bom dia, nem boa tarde àqueles magistrados.

    Ridículo. Lopes da Mota tem um dever de reserva perante terceiros, não perante os próprios magistrados encarregados da investigação. Aliás, as funções de Lopes da Mota no Eurojust têm a ver, precisamente, com a coordenação das entidades judiciárias dos vários países europeus. Logo, é óbvio que não só podia como até devia — por dever de ofício, no exercício das suas funções profissionais — falar com os magistrados, os portugueses e os ingleses, de modo a articular as respectivas intervenções. Como é que ele promoveria a cooperação judiciária se tivesse um dever de reserva para com as próprias autoridades judiciárias que visa pôr a cooperar?!

    • VPV — Lopes da Mota, visto que é nomeado pelo Governo, é necessariamente de confiança política.

    Falso. Quantos cargos são de nomeação governamental, mas não envolvem qualquer vínculo de confiança política?
[Esqueça-se que VPV diz que vê filmes hardcore à noite nos canais generalistas e que a Sr.ª Guedes descobriu que a vida sexual se inicia actualmente mais cedo porque a esperança de vida é maior.]

5 comentários :

Anónimo disse...

Uma vergonha a ignorância de um e da outra. Mas o Marcelo, mais polido, não lhes fica atrás na perfídia.

ze maria disse...

Um dia destes talvez alguém usando os mesmos "métodos jornalísticos" que ela, lhe ponha em destaque o tempo em que era Matos e sobretudo quando logo, logo deixou de o ser.Aposto que seria uma bela telenovela... Há um ditado popular que diz assim: "cá se fazem cá se pagam". Mas isso serão (sempre)outras canalhices!

Anónimo disse...

Pois é, ainda me lembro de a ver a primeira vez na tv, Manuela Matos. Olha, é a mulher do Fernando, não é?
Mas depois foi subindo na vida, na horizontal é como se sobe mais depressa em certos casos.

Anónimo disse...

Todos estes comentários são muito pobres, não ?

A questaõ não é um Sr. Procurador Geral Adjunto, no exercíco de representante português no Eurojust falar ou não fala com os dois procuradores que têm a seu cargo a investigação do caso - a questão é a "mediocridade intelectual e ética e a pornografia mental" da conversa - represálias na carreira ??
Tudo isto é pobre, muito pobre e triste.

Anónimo disse...

Merda atrai merda...