sábado, julho 18, 2009

Leituras

• Emídio Rangel, Para onde vai o Presidente?:
    Hoje já ninguém tem dúvidas. O Presidente da República avançou para um novo protagonismo que se distancia do dos seus antecessores. Ou seja, o semipresidencialismo português, que parecia estar formatado de acordo com regras de equilíbrio que os principais constitucionalistas consideram adequadas ao caso português, está a evoluir numa outra direcção que vai deixando o mundo político surpreendido e expectante. A máxima deste desvio está bem consubstanciada na mensagem de Belém: "Se querem que o Presidente da República não intervenha não o obriguem a intervir." A propósito ou não, veio--me imediatamente à cabeça um slogan que fez história no mundo da rádio em Portugal e em Angola, gizado por um profissional criativo mas muitas vezes ultrapassando as fronteiras do delírio puro, Paulo Cardoso, que terminava todos os serviços noticiosos das estações que dirigia com "se não quer que noticiemos não deixe que aconteça".

    (…)

    O Presidente da República, eleito por sufrágio eleitoral universal e directo, pode vir a criar um grave conflito institucional com o Governo (qualquer Governo), que também se forma a partir de actos eleitorais, onde a vontade do povo se expressa no apoio inequívoco a programas de governo claramente explícitos. A convergência de posições, explícitas ou implícitas, entre Cavaco Silva e Manuela Ferreira Leite, a forma regular como recebe personalidades da direcção do PSD, que desenvolvem, agora, a estratégia do PSD e antes a de Cavaco (como é o caso de Relvas), não abonam a favor da ideia de que Cavaco é o Presidente de todos mas antes ajudam a tese de que tem interesses politicamente parciais.
• Ricardo Reis, Para onde foi o dinheiro do Madoff?:
    Muitos dos investidores iniciais na empresa de Madoff deram 100 no início, e foram sucessivamente trocando a promessa de retorno de 200 por uma promessa de 400, por uma promessa de 800... e por aí fora, até aos milhões que achavam ter hoje. Na realidade, só investiram 100, e só estes desapareceram. O resto eram promessas, e essas, como descobriram, levou-as o vento.

1 comentário :

JTeles disse...

Está tudo feito à medida deste Presidente, o grande educador do povo, como o camarada Arnaldo Matos, nos primeiros tempos do PREC. Agora até põem num concurso da RTP uns concorrentes a comer bolo e a falar com a boca cheia!