‘Estou muito cansada,
farta mas farta
de os ouvir,
aos militantes
e militantosos,
políticos, apaniguados, arregimentados,
a repetir «asfixia democrática»
como se fosse Verdade.
Em Portugal,
no ano de 2009,
no ano em que tudo
se diz e lê em blogs, twitters, facebooks, jornais, telejornais, rádios,
no ano em que
a opinião explode
por todo o lado
e ninguém se cala
mesmo quando
os ouvimos gritar
que há quem
os queira calar,
falar de «asfixia democrática»
é um sound bite.
Uma invenção em loop
que se torna ridícula,
pegajosa.
Quantos de nós
não estão igualmente
cansados,
fartos mas fartos de os ouvir
falar de «asfixia democrática»?
Nunca em Portugal
se falou tanto,
se disse tanto e assim
se continua a falar,
a escrever, a denunciar
em roda livre,
para o mal, para o bem,
pensado, bem pensado,
assim-assim, à bruta, delicado,
a direito, em viés, em todas as direcções
e para todos os estilos.
É grosseiro falar de «asfixia democrática»
num país com um longo passado
de presos políticos,
deportados, tortura,
polícia política, repressão sistemática
institucionalizada
censura férrea.
É grosseiro falar em «asfixia democrática»
quando se observa e sente
que não há
«asfixia democrática»
coisa alguma
mas apenas
sound bite político em loop.
Sound bite que
fatiga mas nem sequer se estranha ou entranha,
sound bite rotineiro
que perde efeito,
afasta-se e afasta
e se transforma em coisa alguma, nada.
Até ser o que se ouve
até deixar de se ouvir.’
Fátima Rolo Duarte
farta mas farta
de os ouvir,
aos militantes
e militantosos,
políticos, apaniguados, arregimentados,
a repetir «asfixia democrática»
como se fosse Verdade.
Em Portugal,
no ano de 2009,
no ano em que tudo
se diz e lê em blogs, twitters, facebooks, jornais, telejornais, rádios,
no ano em que
a opinião explode
por todo o lado
e ninguém se cala
mesmo quando
os ouvimos gritar
que há quem
os queira calar,
falar de «asfixia democrática»
é um sound bite.
Uma invenção em loop
que se torna ridícula,
pegajosa.
Quantos de nós
não estão igualmente
cansados,
fartos mas fartos de os ouvir
falar de «asfixia democrática»?
Nunca em Portugal
se falou tanto,
se disse tanto e assim
se continua a falar,
a escrever, a denunciar
em roda livre,
para o mal, para o bem,
pensado, bem pensado,
assim-assim, à bruta, delicado,
a direito, em viés, em todas as direcções
e para todos os estilos.
É grosseiro falar de «asfixia democrática»
num país com um longo passado
de presos políticos,
deportados, tortura,
polícia política, repressão sistemática
institucionalizada
censura férrea.
É grosseiro falar em «asfixia democrática»
quando se observa e sente
que não há
«asfixia democrática»
coisa alguma
mas apenas
sound bite político em loop.
Sound bite que
fatiga mas nem sequer se estranha ou entranha,
sound bite rotineiro
que perde efeito,
afasta-se e afasta
e se transforma em coisa alguma, nada.
Até ser o que se ouve
até deixar de se ouvir.’
Fátima Rolo Duarte
1 comentário :
Eles certamente não queriam ter de escrever o que já escreveram, mas até os blogues de direita dão a vitória a Sócrates. E não é que ele tinha razão na questão das estradas de Portugal? Pois é...
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