sábado, setembro 19, 2009

Asfixia democrática (ou o índice de situacionismo na RTP)

Estou a ver no Telejornal da RTP as reportagens da campanha eleitoral. O PS e o PSD andam por Coimbra.

Nos directos para o Telejornal, a jornalista que cobre o comício do PS falava e, em seguida, tinha de se afastar para que a câmera pudesse filmar o palco, no qual estava, entre outros, Manuel Alegre. Já em relação ao comício do PSD, havia uma câmera que filmava o jornalista e uma outra câmera que acompanhava o movimento no palanque.

Mais meios disponibilizados para o comício do PSD do que para o comício do PS cheira a esturro. Pacheco dirá certamente que a RTP não queria perder nem uma gaffe da Dr.ª Manuela…

16 comentários :

Anónimo disse...

É mais uma adenda no situacionismo por parte da asfixiada RTP. Mais meios para o PSD, com Marcelo e Leite, provavelmente porque lá em "casa" acham que eles são melhor cartaz do que os outros, Sócrates e Alegre. Em tempos de asfixia democrática e medo, muito medo, é obra. Nada que se assemelhe a esse respirar saudável da Madeira ou, até mesmo, daquele ar puro da redacção do jornal Público.

Anónimo disse...

Mas ainda há quem tenha pachorra para ver o Telejornal?
Eu desisti, pelo menos respiro o meu ar puro, em vez do ar "verdadeiro" com cheiro a laranjada que por ali prepassa!

Anónimo disse...

CONFISSÕES, José António Saraiva, Oficina do Livro, 2006, p. 397:

"meses antes do convite para a entrevista com Santana Lopes, eu fora convidado para uma entrevista idêntica com Durão Barroso e recusara. Só que aí, o convite tivera contornos estranhos. Primeiro falou-me o Luís Marques, que era administrador da RTP, convidando-me para netrevistar o primeiro-ministro no programa da Judite de Sousa, o que era inédito: nunca um convite para o que quer que fosse na RTP (ou noutra estação) me fora feito por um administrador mas sim pelo responsável pelo programa."

Anónimo disse...

Idem, pg. 397:

"Mas o mais estranho ainda foi o Luís Marques dizer-me que depois o gabinete do primeiro-ministro [barroso] contactaria comigo. A que propósito? Achei a situação, além de insólita, um pouco promíscua. Um administrador da RTP telefonava para me dizer que o gabinete do chefe do Governo falaria comigo para participar numa entrevista. E a responsável pelo programa, Judite de Sousa, parecia não ter neste processo qualquer papel."

Anónimo disse...

CONFISSÕES, José António Saraiva, Oficina do Livro, 2006, p. 397:

Anónimo disse...

CONFISSÕES, josé António Saraiva, p. 398/9:

"Em Março de 2004 telefonaram-me para o Expresso a dizer que Morais Sarmento estaria aberto a dar uma entrevista em que faria declarações substantivas [...]
Pedi então ao Ferando Madrinha para fazer a entrevista, o que o deixou notoriamente contrariado. Primeiro, porque não apreciava a personagem; depois, porque gostava de ser ele a escolher os entrevistados, detestando que lhos "impingissem). [...] pois, segundo ele, "Sarmento não tinha nada de interessante para dizer".

Mas o episódio não ficaria por aqui, para mal dos meus pecados: Na sexta-feira, véspera do dia de saída do Expresso, o Público divulgou declarações de Morais Sarmento iguais a frases que ele dizia na entrevista [...] imagine-se como ficou o Madrinha: deitava fumo! [...]

Anónimo disse...

CONFISSÕES , idem, p. 399:

"Mas ainda não era tudo.

Nessa mesma sexta-feira, o Independente publicava a seguinte notícia: que morais Sarmento dera uma entrevista ao Expresso, que sairia nesse sábado, e que era uma peça da sua guerra com Marques Mendes. A complicação aumentava. Não bastava a entrevista ser desinteressante e as sua passagens menos áridas já terem saído noutro jornal. Agora levantava-se a suspeita de o Expresso ter sido instrumentalizado, participando numa luta entre dois ministros. O Madrinha explodiu - e sugeriu que não publicássemos a peça. Chamei o Mário Ramires...."


Afinal a peça saiu mesmo!

Anónimo disse...

CONFISSÕES, P. 307:

"Pacheco Pereira foi então conovidado pelo meu director adjunto, José António Lima, a iniciar outro tipo de colaboração, também semanal, estabelendo-se o modelo, o pagamento e a data da publicação do primeiro artigo.

Um ou dois dias antes dessa data, porém, uma secretária telefonou a dizer que "o senhor doutor estava no estrangeiro" e não poderia escrever. A coluna foi então adiada para a semana seguinte. Mas estava escrito que ainda não seria dessa: uma semana depois, a mesma (ou outra) secretária telefonou a explicar que "o senhor doutor estava doente" e não pudera fazer o texto. A coisa complicava-se. Mesmo assim dispusemo-nos a esperar, marcando uma terceira data para o início da publicação. Eis senão quando aparece o Fernando Madrinha, meu subdirector, dizendo que esquecêssemos a colaboração do Pacheco Pereira. O Lima exaltou-se: combinara tudo com ele, as coisas tinham ficado acertadas e ele certamente não fugiria ao compromisso tomado.

Era aqui que o José António Lima se enganava"

Anónimo disse...

CONFISSÕES, p. 308:

" O Madrinha explicou que encontrara o Mário Bettencourt Resendes, director do Diário de Notícias e seu amigo de há muito, que lhe contara o seguinte: falara com Pacheco Pereira, ste dissera-lhe que ia escrever para o Expresso,Resendes perguntara-lhe quanto ia receber, Pacheco revelara a quantia, Resendes oferecera-lhe mais - e logo ali Pacheco Pereira declarara aceitar a oferta.

Devo dizer que, até hoje, Pacheco não deu qualquer explicação ao Expresso sobre o assunto. O que sabemos dele foi o que Bettencourt Resendes disse ao Madrinha - confirmado depois pelo inicio da sua colaboração nas páginas do Dn.

"São pessoas destas, no entanto, que nas colunas dos jornais, aos microfones das rádios ou nos écrãs das televisões não têm escrúpulos em dar lições de bom comportamento e criticar gestos alheios. Assim exorcizam os seus próprios fantasmas. Ou, arvorando-se em juízes dos outros, acreditam que se colocam ao abrigo da condenação moral e se tornam intocáveis."

Anónimo disse...

CONFISSÕES, p. 311:

" Vasco Pulido Valente é apresentado de forma impiedosa: permanetemente maldisposto, rancoroso, insatisfeito, pronto a destruir a reputação de pessoas de quem não gostava ou de quem tinha ciúmes. Além disso, tendo vivido apenas dois anos em Inglaterra, julgava-se portador de uma infinita superioridade cultural em relação aos "analfabetos" do seu país, àqueles que aqui tinham ficado - tratando-os do alto da sua condição de "privilegiado que experimentou a civilização". A partir deste relato perce-se melhor a personagem, a sua permanente insatisfação, o seu desprezo por tudo o que cheire a portugês, os ódios que destila relativamente a pessoas que detesta por razões pessoais mesquinhas. Pulido Valente daria uma excelente personagem para Eça"

Anónimo disse...

Este projecto de poder pessoal passa pela exclusão mesmo de todos aqueles que dentro do partido não subscrevem as posições da dita senhora.

Anónimo disse...

Este email do Publico mostra bem como se fabricam e encomendam certas notícias.

Como seria bom que alguns verdadeiros jornalistas da tvi mostrassem os seus...


Ahhh, entre os casais a intimidade era maior...

A propósito, com quem é que o alvarez é casado?

Anónimo disse...

a coluna do provedor do público, desta semana, devia ser publicada na integra e em permanência na primeira página do Público durante 15 dias..

ler aqui:
http://www.clubedejornalistas.pt/?p=496

miguel

Anónimo disse...

Asfixia está o cavacao a montar

Anónimo disse...

Isto é só o começo. Ainda se vai saber muita coisa.

Fica para depois das eleições.

Cavaco tornou-se um problema de segurança para a democracia.

Anónimo disse...

Cavaco e Manuela, a mesma luta de levantar suspeições...


Dúvidas para quê?