- ‘Esta questão só não é mais grave, porque realmente não há qualquer indício de que tenha havido quaisquer escutas. Mas nesta situação, como é que se admite que a Presidência tenha deixado arrastar por um mês esta dúvida na opinião pública?
O Presidente é um árbitro do sistema, devendo evitar envolver-se nas lutas partidárias, particularmente em época eleitoral. A actuação tardia e o facto de assessores tão próximos terem estado envolvidos directamente no desencadear deste caso não abonam a favor da credibilidade da Presidência da República. Isto é muito mau, especialmente num momento político como o que o País está a atravessar.
Mas neste caso não foi só a instituição Presidência que esteve mal. Foi também um jornal de referência: o "Público". Este caso abalou fortemente a credibilidade do "Público" e da sua direcção.
Nos dois dias seguidos em que o "Público" deu destaque a este assunto o jornal nunca apresentou ou sequer revelou que tivessem sido referidas provas de que existissem escutas. É assim estranho que na comunicação social este se tenha vindo a chamar "o caso das escutas".
O caso foi alimentado de histórias de um assessor que se sentou numa mesa sem ser convidado e que falou com jornalistas do continente, e que por isso era apelidado de "espião". Só faltou acusar a pessoa em causa de ser: simpático, logo um espião. Há limites para o ridículo. E nessa notícia o "Público" ultrapassou-os. A pessoa em causa merece um pedido de desculpas pela forma como foi tratada.’
2 comentários :
o Público morreu. Sem honra e sem dignidade. Cobardemente.
Pois merecia um pedido de desculpas, apesar do ridículo infantil e paranóico da situação. Mas o jornal "Público" não tem grandeza. Reconher erros? Talvez os de ortografia, às vezes.
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