terça-feira, setembro 01, 2009

Leituras

• Carlos Santos, As PME:
    A crise exige uma estratégia de apoio às PME. Para o PS, esta contempla instrumentos excepcionais, fomentando a viabilização e vocação exportadora, bem como apostas inovadoras nas vertentes energia e I&D.

    (…)

    Diferentemente, a proposta do PSD elimina benefícios fiscais e trava a dinamização pública das encomendas das PME. A re-capitalização depende da retenção de lucros. Sem expectativas de procura e distribuição de lucros, não há investimento nem revitalização da economia.
• Ferreira Fernandes, MFL agora equipada com ABS:
    Em todo o caso, pus-me a pensar: "Valerá a pena pagar a publicitários para dizer coisa tão óbvia?" Estava eu nesta meditação ligeira quando me bateram no ombro. Voltei-me: era Manuela Ferreira Leite. Também ela tinha visto o cartaz socialista e estava alterada. Pensei: "Também não é preciso exagerar, é só um cartaz..." Já ela me dizia (juro: está gravado!): "Eu fiquei verdadeiramente espantada e preocupada com os cartazes do PS que dizem: 'Vamos avançar'! (...) Aquilo que há a fazer é travar." Ela disse isso! Se calhar é mesmo preciso um cartaz a dizer "Vamos Avançar." É óbvio, é, mas, pelos vistos, dizer o óbvio ainda faz falta.
• Mário Soares, Um novo paradigma: sim ou não?:
    A conclusão que se tira é que este PSD, liderado por Manuela Ferreira Leite, parece não ter aprendido nada com a crise. Não percebeu que é preciso outro modelo de desenvolvimento, mais social, mais ambiental, com a economia e as finanças mais controladas pelo Estado e com regras éticas, que acabem com as especulações criminosas, com os off-shores, com as negociatas e as roubalheiras.
• Pedro Adão e Silva, Como fazer?:
    Se fosse possível desenhar um regime de segurança social desde o zero, a escolha recairia sobre um sistema misto. O problema é que tal não é possível: há um legado institucional que, ao mesmo tempo que impossibilita que se desenhe um sistema como se não existissem opções anteriores, torna os custos de transição de tal modo elevados que qualquer mudança no sistema é financeiramente incomportável. Desde logo, porque para começar a capitalizar diminuir-se-ia automaticamente a receita, logo o sistema ficaria impossibilitado de assegurar as prestações dos actuais beneficiários. Que o PSD se proponha mudar a natureza do nosso regime, ainda para mais numa altura em que o mercado de trabalho se encontra deprimido, e não dedique uma linha a explicar como o pretende fazer não é um contributo sério para uma política de verdade. Sinceramente, não vejo como seja possível diminuir a taxa social única em dois pontos percentuais, tornar o subsídio de desemprego mais generoso e, ao mesmo tempo, fazer evoluir a segurança social para um sistema misto. Pensando bem há uma forma: ferindo de morte a sustentabilidade financeira da segurança social.

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