terça-feira, setembro 08, 2009

Leituras

• Alberto Castro, Pudor e conveniência:
    O PSD vai pelo mesmo caminho no que diz respeito à liberdade de imprensa: a boa, quando é contra os outros e Sócrates, em particular, e a má, quando é contra os seus. Segundo Paulo Baldaia, Rui Rio terá pressionado para que a Direcção deste jornal fosse substituída. Quando comparado com Jardim é menino de coro. Com estes telhados de vidro, o decoro recomendaria prudência nas declarações sobre o lamentável caso TVI. Mas não! Atentado à democracia foi o mínimo que se ouviu. Para a falta de pudor ser total, as declarações quanto à asfixia democrática teriam tido na ilha da Madeira o cenário ideal. Sugere-se uma alteração do lema de campanha: a verdade conveniente.
• Ferreira Fernandes, E que tal discutirpolítica?:
    O jornal i fez, ontem, o levantamento de algumas das exportações portuguesas durante o Governo de José Sócrates. Fez o levantamento, sim: aqueles negócios levantaram voo. Com a Venezuela (em quatro anos, quintuplicaram), Angola (triplicaram), Argélia (quadruplicaram), Rússia (triplicaram), Líbia e China (em ambas, quase duplicaram) e Jordânia (quase triplicaram)... Esse sucesso foi acompanhado (e, em alguns casos, foi motivado) por uma diplomacia económica em que os governantes não se importaram de fazer de caixeiros-viajantes.
• Pedro Adão e Silva, Questão de oportunidade:
    Um aspecto decisivo para a defesa da liberdade de expressão passa pela autonomia das decisões editoriais face aos detentores do capital e às administrações das empresas. As especificidades do negócio da comunicação social a isso o obrigam. Ora o que temos hoje, face à não promulgação da Lei, é um vazio que possibilita, de facto, que os detentores de um grupo económico intervenham directamente nas decisões editoriais. Deixemos agora de lado a discussão sobre a bondade do afastamento de Moura Guedes, a verdade é que foi esse vazio legal que permitiu que, consoante as versões, os donos da Media Capital ou a administração tivessem passado por cima das chefias editoriais e afastassem a "jornalista". Se há indícios ou mesmo provas cabais de que, cada vez mais, a autonomia editorial das redacções se encontra limitada por força de um intervencionismo das administrações que ameaça a liberdade de expressão, esse problema agrava-se quando, como já acontece em alguns casos em Portugal, nem sequer sabemos quem são os proprietários dos órgãos de comunicação social.

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