- ‘A maioria dos portugueses acha que o PS vai ganhar. Pelo esforço reformador para um país melhor: na menor dependência energética, principal causa da dívida externa; nas finanças públicas, reduzindo ou controlando o gasto público e aumentando a eficiência na saúde, na educação, na administração pública, na acção social; na sustentabilidade garantida às pensões; e na luta contra a crise que nos conduz agora a sinais de abrandamento. Na comparação europeia somos o segundo país com mais elevado esforço no combate à crise, sendo um dos com mais consistentes sinais de melhoria. Também as sondagens indicam que uma maioria relativa, mais sólida que a do voto directo, considera Sócrates como futuro primeiro-ministro, por ser o mais bem preparado e mobilizado para tais funções. Ou seja, as alternativas tornam-se claras. Mas tudo pode acontecer, desde uma reversão da tendência, até um seu acentuar, levando o PS bem acima dos 40%.
A razão da incerteza assenta em factos incontestados e em opiniões emotivas. Vamos aos factos: o desemprego, ainda contido, mas que irá aumentar; as zangas com professores, juízes, magistrados, notários, profissionais liberais prejudicados por um fisco mais justo e mais duro; as derivas de comunicação social com escassa responsabilidade social, nem sequer a do mercado, só nesta fase tardia a reequilibrar tendências anárquicas de "há governo, sou contra"; cartas anónimas em "media" de pouco escrúpulos democráticos; ou aprendizes de feiticeiro que, sob invocação de respeitável nome institucional, instilariam mirabolantes espionagens em inocentes jornais.’
- ‘Já muito se disse e escreveu sobre a forma como o Presidente da República actuou neste processo, a forma como fez chegar a um jornal dúvidas e desconfianças que, a serem verdadeiras, deveriam ter tido outro destinatário, o Procurador, e outra consequência, a demissão do Governo. Não tendo havido nenhuma das duas, estamos perante uma actuação parcial e política de Cavaco Silva, alinhado com o PSD, para descredibilizar o Governo e o PS. Mas, esta questão, sendo grave, é do foro político.
A outra, muito mais grave, ultrapassa o resultado eleitoral do próximo dia 27 e diz respeito à desautorização de que foram alvo os serviços de informação nacionais quando Cavaco manifesta as suas dúvidas em relação às questões de segurança, nomeadamente o SIS, serviço que o próprio Cavaco Silva criou quando era primeiro-ministro. Nos termos ambíguos em que o fez, sob o manto das eleições dentro de uma semana.’
- ‘(…) divulgação do "email" aceita-se por outra razão, mais importante: clarificar o tipo de jornalismo que fazemos. Deixemos de lado a questão de saber qual o papel do assessor do Presidente (que deve ser demitido se se confirmar o seu envolvimento) para nos fixarmos na postura do jornal. Se os factos forem correctos a direcção do Público sai muito mal na pintura. A direcção e o jornalismo em Portugal. Porque ocorre num jornal de referência (José Manuel Fernandes um dos melhores editorialistas portugueses); porque os leitores vão perguntar no que podem acreditar; e porque os apaniguados de Sócrates vão dizer: "nós tínhamos razão, o jornal fazia campanha contra o Governo".’
- ‘Sabendo-se que o Presidente não pode dissolver a Assembleia da República antes de dois anos, eis do que somos avisados: todos os partidos são iguais mas há um que é mais igual que os outros perante o árbitro presidencial. Segundo a profecia de Marcelo - que impende como uma ameaça sobre o voto dos portugueses -, Cavaco Silva, logo que possa, não vai tolerar um governo minoritário do PS, seja ele bom ou mau. Votem, pois, como Cavaco quer, ele é o dono da bola. Ou, melhor, já que temos Presidente: votar em deputados, para quê?’
10 comentários :
Camilo Lourenço tem razão - o email tem a virtualidade mostrar como se faz certo jornalismo em Portugal.
De facto, quando se fala tanto em liberdade de imprensa, temos de ter uma noção de como se faz jornalismo em Portugal - ou melhor, convém conhecer bem estas coisas porque há jornalismo e há (não) jornalismo.
Os joranlistas, os verdadeiros jornalistas, deverão estar na primeira linha da defesa do conhecimento deste email, porque só isto os poderá distinguir de gente que só se mascara de jornalista
Cavaco está a tentar intoxicar e condicionar as eleições. Sem vergonha nenhuma.
Este homem não está à altura do cargo.
Não é caso para pedir à Manela para dizer lá ao camarada dela que nós os portugueses não gostamos de ser pressionados lá pelo camarada dela? E se ele quiser falar que fale em bom português porque estamos fartos do seu tabuzês fanhoso.
E se chegássemos à conclusão de que o senhor está apenas doente?
Cavaco andou a plantar minas e armadilhas nos últimos dois anos.
Parece que uma lhe rebentou nas mãos e lhe esfacelou a máscara.
O gajo apoia muita a família... sobretudo a DELE.
Cavaco não tem condições para exercer o cargo.
O Marcelo só quis ajudar o Cavaco a terminar o mandato com alguma dignidade.
Pelo menos na aparência. Porque na substância...
Já todos sabíamos de que massa era feito o Publico, o Fernandez e o Alvarez - o email só veio acrescentar o cheiro!
E já repararam que o Pacheco é só uma espécie de Inquisidor.
Vejam o programa dele e fiquem a saber como se comportaria quando um dia tivesse o lápis azul na mão.
Eles sabem do que falam quando falam em asfixia. Passaram a vida a treinar.
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