sexta-feira, outubro 16, 2009

Leituras

• Pedro Adão e Silva, A minha escola é melhor que a tua:
    Que fazer perante estas desigualdades? É-nos frequentemente dito que a liberdade de escolher a escola resolveria parte dos problemas. Será verdade? Provavelmente não.
• Paul Krugman, Mentalidades monetárias fora dos eixos:
    Uma lição que se pode retirar da Grande Depressão é que nunca se deve subestimar o poder destrutivo das más ideias. E algumas das más ideias que contribuíram para a Depressão revelaram-se, infelizmente, muito duradouras: sob forma modificada, continuam a influenciar o debate económico dos nossos dias.
• Ferreira Fernandes, Ópera bufa em São Bento:
    E assim se soube que um quase anónimo cantor de coro passou a prima-dona. Esta a história, quase verdadeira. Quase porque chamar a Deus Pinheiro Plácido Domingo é manifesto exagero.
• Editorial do DN, Desuniões de facto no Parlamento:
    O que verdadeiramente importa concluir, mais uma vez, é que a política de verdade só é válida quando é transparente. Mais vale o cabeça de lista fantasma Alberto João Jardim, que o é desde 1978 e assume que, embora candidato ao Parlamento nacional, não tenciona lá pôr os pés, do que, na expectativa de uma eventual vitória eleitoral e possível indigitação para o lugar de presidente da Assembleia da República, confrontado com a realidade, se invoquem "razões de saúde" para contornar a evidência: João de Deus Pinheiro nunca quis ser um mero deputado.
• António Vitorino, Prognósticos (I):
    (…) resulta da consulta de Outubro que o CDS não capitalizou em termos de implantação partidária no poder local o avanço relativo sobre o eleitorado do PSD das legislativas (tendo apenas mantido a única câmara que já detinha anteriormente). E se daí resulta que a aspiração do Dr. Paulo Portas de disputar, a prazo, a liderança da direita ao PSD não tenha ficado irreversivelmente posta em causa, cabe pelo menos interrogarmo-nos se não terá sido um erro, na sua óptica, ter entrado em tantas coligações com o PSD nas condições em que o fez e sem ganhos de substancial visibilidade política...

    Já à esquerda, o resultado autárquico veio recolocar o Bloco de Esquerda no final da escala partidária, sem afectar substancialmente os resultados do PS (designadamente nas grandes cidades de Lisboa, Porto e Setúbal, onde, nas legislativas, havia logrado obter apoios relevantes com base no voto de protesto) e sem beliscar o PCP, que, contudo, registou algumas perdas para o PS e para listas independentes. O que coloca a questão da sustentabilidade do crescimento futuro do BE proclamada pelo Dr. Louçã, se apenas alicerçada na lógica do protesto e de alguma retórica pretensamente moralista, cujos efeitos já se fizeram sentir na revisão em baixa das suas próprias expectativas para as legislativas de 27 de Setembro e no resultado desastroso para a câmara da capital!

Sem comentários :