quarta-feira, janeiro 20, 2010

Isto não vai acabar bem [Nova série – 30]


Há muito tempo que a palavra "concomitantemente" não surgia num manifesto político.
E há muito mais tempo que um manifesto político não começava com tão violentos pontapés na língua portuguesa: "Confrontados com a actual conjuntura interna do PSD e atenta a possibilidade de as eleições directas para escolha da liderança voltar a ter um novo adiamento com a convocação de um congresso extraordinário" (!!!).
E quase de certeza que nunca um manifesto político tinha sido tão claro nas suas intenções: "Deverá o Congresso electivo, a realizar na sequência das directas, incluir na sua agenda as matérias pretendidas tratar em sede de Congresso extraordinário." [A incompatibilidade com a língua portuguesa é tramada... Afinal, em quantos congressos vamos já? E não será melhor fazer umas directas logo a seguir a esses congressos? Só para esmoer...].
E há ainda as questões de fundo, digamos assim: "A verdade é que o nosso partido tem o seu futuro em suspenso há vários meses e nem Portugal nem o PSD podem continuar no presente impasse." É verdade, sim senhor - o PSD está numa situação lastimável, mas alguém disse que Portugal não aguenta essa situação? Não exagerem...
É bem possível, no entanto, que tudo não passe de um equívoco. A página do Facebook para onde somos remetidos está em francês (!?) e interpela-nos: Directas Já No Psd n’est pas la personne recherchée?
Se calhar, não. Provavelmente, ainda não é desta.

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