“Se o novo jornal avançasse, teria necessariamente por objectivo liderar o mercado, o que implicaria bater o Expresso e destroná-lo do lugar ‘histórico’ que ocupava”, lembra-nos José António Saraiva nas suas Confissões ( p.91), a propósito do momento em que se desliga do Expresso e congemina com outros colegas a hipótese de fundar um semanário concorrente do jornal que havia liderado por mais de 20 anos.
Pois bem, para quem procurava “bater” o Expresso, o Sol, enquanto projecto, só pode ser qualificado de enorme flop. Basta, para isso, comparar a tiragem e a circulação dos dois jornais entre a segunda metade de 2006 (o Sol viu a luz do dia pela primeira vez em Setembro deste ano) e 2008 (informação retirada daqui).
Depois de um início prometedor nos últimos meses de 2006, a circulação do Sol caiu para menos de metade do Expresso em 2007 e 2008. E embora os dados de 2009por trimestre não estejam disponíveis no site da Associação Portuguesa para o Controlo de Tiragem e Circulação, sabe-se que no ano passado se manteve a enorme distância entre os semanários: o Expresso vendeu em média 102.976 exemplares, enquanto o Sol não ultrapassou os 36.453. Ou seja, 35 por cento.
Tudo caminhava para que o Sol estivesse por esta altura a vender cerca 1/3 do Expresso. Isto, claro, antes do caso “Face Oculta” e da bandalheira das escutas.
1 comentário :
"Tudo caminhava para que o Sol estivesse por esta altura a vender cerca 1/3 do Expresso. Isto, claro, antes do caso “Face Oculta” e da bandalheira das escutas."
Então se eu estivesse à frente de um jornal e uma jornalista me chegasse com provas de um esquema como da face oculta porque não haveria de publicar? Isto é do interesse público.
É mais do que claro (não tenho provas, so what!?) que a própria justiça está implicada. Só não vê quem não quer ver.
O que quero dizer é que a subida do sol é mais do que justa, conseguiu as escutas e publicou-as. Só os escutados e os yes man podem estar contra.
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