segunda-feira, março 15, 2010

Ajuntamento no “Pavilhão Eng. Ministro dos Santos” [8]

Venderam-nos a ideia de que Pedro Passos Coelho andou a preparar-se durante dois anos e estava pronto para ser apresentado à sociedade. A coisa correu mal, pelo que terá de ensaiar melhor os improvisos.

Mas Passos Coelho precisa também de afinar o discurso. Não cai bem dizer na sua primeira intervenção que não contem com ele para andar com o PS ao colo, para aparecer, à noite, a defender que é necessário tempo para compor uma alternativa, a fim de que se não repitam experiências atabalhoadas como as de Barroso e Santana. Se o afilhado da regente do PSD não porá o pé em ramo verde sem ordens superiores, pelo que há-de andar por aí a encanar a perna à rã enquanto solta uns guinchos frívolos, esperava-se que Passos Coelho tivesse sido, no congresso, mais determinado. Afinal, ele quer ou não derrubar Sócrates?

Neste contexto, a exigência de atrasar a aprovação do PEC parece apenas uma prova de vida para laranjinha ver. Mal escolhida, no entanto. Depois de Jardim lhe ter tirado o tapete no congresso, hoje foi a vez de Durão Barroso o fazer, ao elogiar o PEC português.

Não será fácil explicar a alguém no seu perfeito juízo que o PEC, Portugal e a União Europeia devem parar 15 dias só porque o PSD andou meses sem querer escolher um líder. Quando o próprio Passos Coelho andava regalado com a circunstância de poder fazer campanha sem opositor.

Em todo o caso, é bom recordar a Passos Coelho (e serve também para refrescar a moleirinha do Prof. Marcelo) que a data para aprovação do PEC foi fixada em conferência de líderes na Assembleia da República, na qual o PS não tem maioria.

1 comentário :

Cristiano disse...

Portugal e a união europeia pararem durante 15 dias??
Como o Miguel sabe certamente, a votação do PEC é algo que não existe! O que o governo e o P.S querem é votar uma resolução de apoio ao PEC. Para além das óbvias intenções tácticas do P.S a razão para esta votação é a de mostrar á Europa e aos credores que existe um consenso alrgado e uma determinação de vários quadrantes no sentido de levar as propotas do PEC á frente. Ora se o que se pretende é isto, consegue-me explicar qual é o sentido de votar algo (que volto a dizer nem sequer tinha que ser votado) na véspera da eleição da nova direcção do maior partido da oposição? Se é votar para "Inglês ver" ou para fazer as chantagens a que o P.s nos tem habituado, realmente era melhor estarem quietinhos e paradinhos, e governarem que é para isso que foram eleitos.