segunda-feira, março 15, 2010

Ajuntamento no “Pavilhão Eng. Ministro dos Santos” [7]


À sombra da Marmeleira


Aprende-se muito com o lendário estratega da Marmeleira:
    — Olhe, Paulo, sem tempo para podermos fazer um embrulho sofisticado do que pretendemos, tem de martelar esta tecla, como só você sabe: “se José Sócrates é o rosto dos bloqueios da vida portuguesa, então Portugal precisa agora mais do que nunca de uma verdadeira dessocratização”. Vezes sem conta...
    — Está bem, Dr. Pacheco Pereira, acho que as elites e os empresários já assimilaram a ideia, mas não será preciso piscar o olho aos militantes de base? “Dessocratizar” e “libertar o futuro” são, sem dúvida nenhuma, chavões espectaculares, mas não tenho conseguido criar uma vaga de fundo…
    — Paulo, tem algo melhor para propor do que rasgar o presente? Acho que você próprio ainda não entendeu o conceito de “libertar o futuro”. Não ponha o acento tónico no Estado quando falar do endividamento, insista que se trata de libertar as famílias do endividamento que as asfixia.
    — Dr. Pacheco Pereira, vamos nós dizer que o Estado assume o crédito à habitação das famílias endividadas?
    — Claro que não assume, Paulo. Mas sempre fica alguma coisa no ouvido e, como a comunicação social está entretida com a lei da rolha do Santana, ninguém topa a demagogia. Você ainda há-de aprender que, em certos momentos históricos, os fins justificam os meios. Já começou a ler a Ephemera, como eu lhe havia recomendado?
    — E tropas? Continuo a arrastar-me de paróquia em paróquia…
    — Sabe como eu odeio os jotas, mas agora é o que há. Agarre-se a esses pindéricos. Mas vamos então lançar uma nova palavra-de-ordem para animar os nostálgicos: “um presidente, um governo, uma maioria”.
    — Essa, não, Senhor Doutor. Antes das eleições, atirei-me ao Passos por ele querer que o PSD exigisse para si a maioria absoluta.
    — Francamente, alguém se lembra disso? Ainda há dias, sendo militante do PP aquando do referendo, você disse na assembleia distrital do Porto que tinha sido contra a regionalização porque o PSD era contra. Alguém pegou nisso? Acha que andamos todos a dormir na forma? Ó Paulo, faça-se mas é à estrada.

2 comentários :

a rapaziada disse...

A pior gentalha do Pais passa por aí, nada de novo a acrescentar, só realça a lei estalinista.

Anda esta cambada a discutir a "liberdade de expressão" , gastando rios de dinheiro aos cofres do Estado, para depois aprovar uma lei partidaria que restringe as liberdades individuais das pessoas? Em que Pais pensam que estão?

estaline da marmeleira disse...

excelente post