quarta-feira, março 10, 2010

De comissão em comissão

Das audições que a Comissão de Ética está a fazer acerca da liberdade de expressão, especialmente centradas num alegado plano do Governo para controlar a TVI através da PT, é já possível retirar duas grandes conclusões:

1. Todas as pessoas que intervieram directamente nas negociações entre a PT e os espanhóis da PRISA negaram qualquer intervenção, ou conhecimento prévio, do Governo.

2. As pessoas que não intervieram nas negociações - quase todas com interesses económicos concorrentes da PT ou da PRISA/Media Capital - dizem "acreditar" ou "estar convencidos" de que o Governo conhecia as ditas negociações.

Perante isto, o que vai inquirir, DE FACTO, a famosa Comissão de Inquérito?

14 comentários :

Anónimo disse...

A pergunta que colocam é assaz curiosa. Mas, não sei porquê, faz-me lembrar aquela ideia, bastante conhecida, que refere que as prisões são os locais onde se encontra o maior número de inocentes por metro quadrado.
Não basta afirmar, é necessário provar. Até agora, o que tem aparecido são indícios bastante fortes de que o Governo não só conhecia, como incentivou o negócio. A não ser que aquela gente toda da polícia e dos tribunais que fez as escutas esteja absolutamente enganada. Já tem acontecido, mas aqui também me lembro daquele velho ditado sobre as bruxas: não me acredito nelas, mas que existem...
É que o sucateiro de Ovar também disse que nunca fez mal nenhum, que é tudo mentira, eta.
Acreditam nele?

João Pinto e Castro disse...

Fácil: o objectivo da Comissão é esclarecer até que ponto o Louçã está mesmo feito com o PSD.

Unknown disse...

Inequivocamente os factos vão impondo a retratação de muita gente, é só deixa-los pousar.

JADR

xicoribeiro disse...

O que se está a passar na dita comissão de (ética) é uma fantochada de cariz fascista, onde a verdade não mora ali, pela simples razão, nada ter acontecido ou até existido.

Um parlamento que se perde neste labarinto do mal dizer esta a prostiuir-se transformando-se numa feira da ladra rasca.

Os portugueses pagam com os impostos os custos do Parlamento, mas não para o CIRCO a que assitimos.

Discutam politica é para isso que são pagos.

Porfirio Silva disse...

Aquele primeiro anónimo ali acima escreve que "Não basta afirmar, é necessário provar". Muito bem: e o que é que se provou até agora? Só os outros é que têm de provar o que afirmam, podendo Vexa ir discorrendo as suas certezas sem a mesma obrigação?

Anónimo disse...

Muito bem visto.

Anónimo disse...

Ao cuidado de Porfírio Silva: "Até agora, o que tem aparecido são indícios bastante fortes de que o Governo não só conhecia, como incentivou o negócio."

Repito a frase do anónimo para que a leia bem. Fala-se em indícios, e não em provas. Obviamente será muito difícil provar o que quer que seja, mas, como sabe, o domínio da política não é igual ao domínio da justiça, o que significa que as considerações de cariz ético e moral têm um peso suplementar.
Eu não tenho certezas nenhumas, ao contrário do senhor Porfírio, que dá como assegurada a inocência do Governo e de Sócrates. Certamente terá o senhor feito o seu próprio inquérito e dele terá resultado a inocência do primeiro-ministro. Sorte a sua, que tem tantas certezas e provas. A mim, restam-me os indícios que, obviamente, não servem para condenar ninguém. Mas servem, certamente, para formar convicções. A minha, sobre Sócrates, está formada.
Não é possível a uma pessoa estar tantas vezes à hora errada e no local errado apenas por coincidência.

Porfirio Silva disse...

Ao cuidado daquele anónimo ali: onde é que "o senhor Porfírio" "dá como assegurada a inocência do Governo e de Sócrates"? Virar o bico ao prego não é uma forma de argumentar, é uma forma de aldrabice.

Anónimo disse...

Ao cuidado do senhor Porfírio: então se não dá assegurada como assegurada a inocência do Governo e de Sócrates, é porque é cá dos meus.

Porfirio Silva disse...

Eh eh, você é um brincalhão.
A inocência não tem nunca que ser assegurada. Só os novos e velhos inquisidores é que julgam que podem exigir aos outros que provem a sua inocência.
A eventual culpabilidade é que carece de prova, não a inocência. Não basta o"achismo" da moda.
Já agora, deixe-me fazer-lhe o teste do algodão: o que é que teria de acontecer para abandonar a sua convicção de que Sócrates é tão culpado como o sucateiro de Ovar, como sugere no primeiro comentário?

Anónimo disse...

Oh Porfirio, não entendo: afinal qual é a sua convicção sobre a matéria? Culpado ou inocente? Não se refugie em rodriguinhos técnico-jurídicos. Ou não quer perceber que a questão não é meramente da esfera jurídica? É, sobretudo, da esfera política, como já lhe tinha escrito. E aí, o caso é outro.
Ainda diz você que eu sou um brincalhão.
Para abandonar a minha convicção seria necessário que Sócrates provasse, o que não fez, que foi às aulas, na faculdade; suplementarmente, mas esta até dispensava, era necessário que ele demonstrasse que os exames que fez foram tão rigorosos como aqueles que eu fiz para concluir o curso.´
Só isso já me bastava.

Porfirio Silva disse...

Anónimo, primeiro prove que os exames que Vexa. fez foram suficientemente rigorosos; prove que Vexa. não foi favorecido por nenhum professor; prove que Vexa. foi a todas as aulas que os regulamentos previam e que nunca nenhuma falta lhe foi perdoada; prove que VExa. nunca obteve os enunciados dos exames por fora; e por aí adiante. E se provar isso ainda lhe vou exigir que prove mais umas coisas que estpu cá a pensar.
Esta é que é a sua receita: o "suspeito" é que tem de provar que está inocente. Não volto à conversa enquanto Vexa não me provar essas coisas todas. Me provar a mim, porque esse é o seu método: Sócrates foi investigado e nada foi provado contra ele. Mas Vexa insiste, deve considerar-se uma espécie de supremo tribunal das consciências.
Se quer ser inquisidor, vá comprar uma fogueirinha e acenda-a bem longe de mim.

Ah, já agora, a minha convicção sobre a matéria: o homem é inocente daquilo que o acusam. Tanto jurídica como politicamente. Este "escândalo" vai ser como todos os demais: falam falam e depois não há nada. Mas os arautos do costume vão sempre mudando de caso, como quem não quer a coisa, sem vergonha nenhuma.

Anónimo disse...

Posso fazer prova de tudo isso, claro. Mas imagino que seja mais importante o primeiro-ministro de Portugal fazer essa prova do que eu. Que raio, quem se interessaria pela vida de um reles emissor de bocas no blogue oficioso do regime.
Noto em si um toque áspero que me parece dispensável. Mas enfim, que se há-de fazer...
Por mim, não o chateio mais. Vou fazer fogueiritas para outro lado.

Porfirio Silva disse...

Oh Anónimo, não fuja. Faça lá prova de tudo isso. Mostre que é fácil provar.
Ora, não quer provar a sua inocência? Está a fugir?! Quer lá ver que é mesmo culpado e andou a aldrabar estes anos todos?!?!!? Venha cá, não fuja!!!

(É assim, como imitado acima, que falam pessoas como Vc, Anónimo.)