Nos dias que correm, qualquer palerma pode dizer o que lhe vem à cabeça que qualquer palerma acredita.
Que isto se passe no Parlamento é da ordem do banal.
Por exemplo, um 'boxeur' chega a uma pré-comissão de inquérito e diz uma mentirola. Sai em ombros.
No Parlamento, ou fora dele, ninguém se dá ao trabalho de desmontar a mentirola do 'boxeur' - Leite Pereira já era director, de facto, do Jornal de Notícias quando o 'boxeur' passou pelo Governo.
Não é que saber e contar a verdade dê muito trabalho, não dá é jeito para a teoria que se quer montar...
1 comentário :
Sem saber, foi exactamente o que deduzi ao ouvir Morais Sarmento. E como tantas vezes acontece com os depoimentos contrários à verdade, não foi o pormenor parcial e desculpativo em que a mentira restante é escorada que mo fez suspeitar. Foram, isso sim, os aspectos reveladores que o próprio mentiroso que sabe que está a mentir tantas vezes sublinha como um mecanismo de compensação psicológica, que mais falaram a este espectador: ou seja, os aspectos únicos da conversa sem paralelo nem repetição, com uma duração de seis horas e uma conclusão digna de memória -- Granadeiro adversarial, mas a «felicitar» Sarmento pela sua frontalidade, «como nunca antes tinha encontrado» -- que me pareceram transportar todo o sabor da verdade.
Nesta questão, alguém mentiu com quantos dentes tem. E na opinião deste observador, não deve ter sido quem prestou depoimento sob compromisso de honra.
Enviar um comentário