Nem sempre as pessoas compreendem quando se fala de resistências à mudança vindas do interior da Administração. Ou a confusão que impera nalgumas classes que dominam determinados sectores da Administração, que tratam o património público como se de uma coutada sua se tratasse.
As declarações¹ do director do Museu Nacional de Arqueologia, Luís Raposo, sobre a transferência deste museu, são muito esclarecedoras acerca deste tipo de mentalidade de estilo feudal. Alguns excertos:
- “Luís Raposo reiterou que só aceitará a transferência para a Cordoaria quando tiver estudos geotécnicos fidedignos que garantam que as colecções não ficarão em risco no novo edifício, situado em zona de riscos sísmicos e de inundações (o estudo que a tutela apresenta não é aceite por Raposo, que tem na sua posse outros, com conclusões contrárias).”
“A Torre Oca é "um espaço crucial" para o MNA, diz Raposo, que não está disposto a prescindir dele enquanto não estiverem reunidas as condições que considera necessárias para a mudança para a Cordoaria.”
“Raposo admitiu contudo, ao PÚBLICO, "recuar para uma posição de maior maleabilidade em relação à Torre Oca se houver sinais claros em relação aos estudos geotécnicos".
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¹ A propósito de claustrofobia democrática, conta-se que noutras épocas — por exemplo, nos finais da gloriosa década de 80 — declarações como estas davam lugar a um simples despacho a recambiar o recalcitrante, na hipótese mais benigna, para o lugar de origem. Outros tempos em que os intelectuais da Marmeleira, assimilados os desígnios nacionais, entendiam que os fins justificavam os meios.
1 comentário :
Mais um post fascista a falar daquilo que não sabe à boa maneira estalinista!
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