quinta-feira, abril 29, 2010

A mentira na primeira página


A manchete de hoje do Público é um dos mais perfeitos exemplos de manipulação grosseira que enviesam todo e qualquer debate sério que se queira ter sobre o futuro do país.
A Concessão Pinhal Interior - a que se refere a manchete - abrange um total de 567 quilómetros de estrada, sendo que apenas 118 serão de auto-estrada. Ou seja, um quinto!
Desses 567 quilómetros, 173 serão de estrada nova (incluindo o troço de auto-estrada); 135 correspondem a troços que vão ser beneficiados e 259 quilómetros são integrados na Concessão para manutenção [mais dados aqui].
Ou seja, estamos perante um verdadeiro investimento de proximidade, daqueles por que têm clamado os críticos das grandes obras públicas. Quanto vezes temos ouvido o discurso do "deixem de construir, façam reconstrução, reparação..."? Pois aí está um excelente exemplo.
Além disso, este é um investimento que beneficia exclusivamente uma vasta zona do Interior do país, que, nas últimas décadas, se tem limitado a financiar, através dos seus impostos, as muitas e boas estradas do Litoral. Não é possível continuarmos a ouvir repetidos discursos de apoio ao interior sem passar à prática.

6 comentários :

Merlin disse...

Um investimento de proximidade? E isso é muito mais importante, claro, que cortar logo a torto e direito no S.D. hum?

Continuem... Se virem barricadas nas ruas, não se admirem!

baladupovo disse...

Todos nos lembramos que no pós-vitória legislativas2009, uma das primeiras coisas que fez, humilde e acertadamente, foi chamar de urgência todos os líderes dos partidos da oposição. Convocou-os um a um, sem condições prévias, de espírito aberto, num gesto de humildade e grandeza política. Todos recusaram criar uma plataforma de entendimento para que o Governo pudesse aplicar o seu programa de acordo com a justa proporcionalidade que o povo decidiu, livremente, nas urnas. Sócrates, justiça lhe seja feita, sempre primou na sua mensagem pela força do entendimento, pelo apelo à discussão saudável e profícua em nome do interesse colectivo, sem recorrer à insinuação e ao insulto pessoal, porque essa é a estratégia dos fracos e dos maldizentes. Quem é verdadeiramente forte não precisa de insultar ninguém.
Se Pedro Passos Coelho estiver genuinamente interessado em ajudar tem de clarificar para o que vem e se tem realmente domínio sobre os deputados que Ferreira Leite lhe deixou na capoeira. Uma das formas de dicidir o braço de ferro que mantém com os deputados Ferreiristas é fazer-se respeitar dando por finalizada a acção do Psd numa comissão mixuruca da treta, que é uma fabulação emanada das estratégias de subversão e calúnia a cujas finalidades o Psd de Ferreira Leite esteve sempre tão próximo.
Não basta dizer que a estratégia agora não é o botabaixismo, é a cooperação em nome da nação.
Então acabe-se com todo o tipo de comissões mixurucas cujo objectivo já toda a gente percebeu que é o botabaxismo.
Será que Pedro Passos Coelho tem essa força e essa coragem para reprovar e demarcar o seu Psd do que de pior legou a linha de política ferreirista, tão abjectamente plasmadas em comissão inquisitorial de inquéritos?

Há coisas que têm de ficar definidas, não basta dizer que se está disposto a ajudar e mudar o comportamento do Psd se na sala ao lado os esqueletos ferreiristas tratam de nos garantir o contrário.

Cristiano disse...

Ok, portanto deduzo que os 1429 milhões referidos pelo jornal, estão correctos...
Um dia destes os Socialistas ainda vão acordar e perceber realmente a terrivel situação em os próprios lançaram o país.
Espero sinceramente que consigam acordar a tempo e que não tenham que ser acordados pelo despertador do FMI.
Este pseudo-socialismo levou-nos simplesmente á falência e a proxima-nos gravamente da bancarrota!

Ana Paula disse...

gostava de ler um comentário vosso à decisão dos cortes nas despesas sociais para reduzir a dívida do país. Acham que são estas despesas que endividaram o país?

Carlos disse...

Cristiano: isso é cegueira, ignorância ou má-fé ?

Anónimo disse...

Cristiano, os 1429 milhões destinam-se à construção de 173 kms de estrada, mas também à manutenção e conservação de quase 600 kms, durante 30 anos. Ou acha que as estradas são eternas?