O autódromo, mais um caso de "interesse público"

[Sol, 23 Abr. 10]

Quando foram publicadas as escutas do processo Face Oculta em que era referido o nome de José Sócrates, alguns jornaleiros e juristas de aviário vieram fazer a defesa de tal publicação, alegando que, nesses casos, devem ser confrontados os bens em causa - um vago "interesse público" sobrepunha-se, assim, às mais elementares regras do Estado de Direito.
Entretanto, o mesmo pasquim foi publicando rotineiramente mais escutas do mesmo processo- farmácias, autódromos...
O "interesse público" veio para ficar, tem as costas largas, e, pelos vistos, substituiu definitivamente a Lei e a Constituição, perante a passividade das autoridades judiciais e órgãos deontológicos. Nada de surpreendente, portanto.