quinta-feira, abril 08, 2010

Obviamente, leia-o

Excerto do editorial do Jornal de Negócios, escrito por Pedro Santos Guerreiro e intitulado O manifesto anti-dantes:
    Trinta e seis personalidades apresentaram um manifesto contra a política energética. "Sem tabus", ameaçam. Excepto o tabu de dizerem ao que vêm: negócios para uns, política para outros e talvez algum renovável ressabiamento.

    O "Manifesto por uma Nova Política Energética em Portugal" foi apresentado ontem por Mira Amaral, que encabeça a lista. Critica o excesso de subsidiação das renováveis - embora esteja basicamente a falar da eólica - e pede outras formas de produção - embora esteja basicamente a falar de nuclear.

    Sim: nuclear, o tal tabu. Quem o defende desistiu de o afirmar, passou a insinuá-lo. Percebe-se a dificuldade: há preconceito e ignorância que são sempre jogados contra a energia nuclear. Mas não se percebe a camuflagem: por que não há-de este Manifesto assumir o que é? É um manifesto onde o lóbi nuclear se encontra com o PSD numa sala emprestada do Instituto Superior Técnico e arregimenta alguns anti-Sócrates que passam à porta.

2 comentários :

Anónimo disse...

Onde esta o Patrik Vieira? ainda anda a procura de gente, para ficar com os resíduos....

PedroM disse...

Este manifesto cheira a negócio em cada letra, quase se podem imaginar os milhões por detrás de cada parágrafo.
Afinal de contas o maná BPN acabou já há algum tempo, e é preciso tratar da vidinha...
... E para mais até dá para meter a bordo alguns idiotas úteis, que sempre darão a ideia de que é de facto o futuro do país que está em causa. Vão-se catar!

Contudo há uma coisa que não posso deixar de recriminar aos defensores das energias renováveis, é que acho que não estão a utilizar todos os argumentos que devem utilizar num debate deste tipo. Vejamos.
Todos nós somos constantemente massacrados pelos partidos e opinion makers de direita, com o facto de estarmos a hipotecar o futuro com os investimentos públicos, de como isso ameaça as futuras gerações, etc.
Ora neste caso é precisamente o contrário que acontece. Ao subsidiar o valor da energia renovável, é ESTA geração que se está a sacrificar em nome do futuro, das gerações vindouras, garantindo-lhes, no futuro, um planeta mais sustentável e uma economia mais competitiva.
E esta poitica é de esquerda, tem a marca do PS (mas não só), e é ela própria a antitese do que a direita dos negócios se propõe fazer.
O que esperam os defensores das renováveis para esgrimir este argumento?