1. Ninguém previu, em Setembro do ano passado, este ataque ao euro. As medidas agora tomadas têm justificação num quadro de alteração profunda das circunstâncias. De resto, a União Europeia, Cavaco Silva e o próprio PSD da Dr.ª Manuela concordaram com os esforços que o Governo vinha fazendo — traduzidos no Orçamento do Estado para 2010 e no PEC — para reagir aos obstáculos colocados pela situação internacional.
2. Para todos aqueles que dizem estarmos em presença de uma crise apenas portuguesa, veja-se que muitos outros países europeus, para além da Grécia, adoptaram (ou estão a adoptar) medidas para a redução dos respectivos défices orçamentais, como a Irlanda, a Espanha, a Itália e até o Reino Unido.
3. É bom recordar que Portugal tinha, numa situação nunca vista após o 25 de Abril, o défice controlado em 2008. Foi a necessidade de dar resposta à maior crise mundial desde a Grande Depressão que provocou o aumento do défice, que resultou de então o país ter de reforçar o investimento público e as medidas de apoio às empresas e às famílias.
4. Tratando-se de uma economia pequena, Portugal fez o que deveria ser feito: concertar as suas posições com os outros países da zona euro. Perante a gravidade da situação, as respostas individuais, sobretudo dos países pequenos, seria contraproducente.
5. Quando há turbulência pela frente, há que ajustar a rota. Uma vez mais, Portugal teve um comportamento distinto do assumido pela Grécia. O país não precisou que as medidas para reequilibrar as contas públicas fossem impostas do exterior. Conseguiu antecipar-se em consonância com a União Europeia, tendo o Governo sabido criar as condições políticas internas para se fazer este esforço adicional.
1 comentário :
excelente post
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