quarta-feira, junho 30, 2010

O partido do beco sem saída

Pedro Passos Coelho, em entrevista à Rádio Renascença:
“Se fosse primeiro-ministro, diz Passos Coelho, daria indicações à Caixa Geral de Depósitos para votar contra o que considera ser um "mau negócio" para a PT. Em primeiro lugar, porque julgo que é do interesse nacional que esta participação se mantenha na Vivo, no Brasil. Não creio que o Estado a deva impor à PT, mas, estando ainda como accionista da PT, julgo que o Estado deve manifestar o interesse estratégico da participação que existe no Brasil. Em segundo lugar, porque acho que, de todos os elementos que têm vindo a público, a oferta que a Telefónica faz se encontra bastante abaixo ainda do valor estratégico que esta participação tem em termos financeiros. Julgo que não seria um bom negócio para a PT”, refere Pedro Passos Coelho. O líder do PSD falava antes de ser conhecida uma nova oferta da Telefónica, divulgada na véspera da assembleia-geral de accionistas da PT, que se realiza esta quarta-feira. A empresa espanhola está agora disposta a pagar 7,15 mil milhões de euros pela Vivo.

Miguel Relvas, em conferência de imprensa, ao fim da tarde:
"Nós não teríamos utilizados a 'golden share'", disse hoje Miguel Relvas , secretário geral do PSD , em conferência de imprensa, na sede do PSD, em Lisboa. O representante da posição estatal na PT na assembleia geral de accionistas da empresa votou contra a venda da Vivo à espanhola Telefónica utilizando a 'golden share', tendo o primeiro ministro, José Sócrates, afirmado que "a 'golden share' serve para ser utilizada quando é necessário". "Entendemos que não devem existir 'golden share'. O Estado não deve ter nas participações nas empresas poderes especiais", argumentou Miguel Relvas. Segundo o secretário geral do PSD, "o negócio não era um bom negócio para a PT, mas cabe respeitar a decisão dos acionistas". Para o PSD, "o sinal que o Estado devia dar era o da votação da Caixa Geral de Depósitos", empresa detida pelo Estado, que votou contra.


Imagine, por um momento, que o PSD estava no Governo em Portugal. E que o primeiro-ministro dizia:
a) a participação que a PT tem no Brasil é estratégica para o país;
b) a proposta da Telefónica é um mau negócio para a PT
O que esperariam desse Governo e desse primeiro-ministro?
Obviamente, que abdicasse dos instrumentos que teria à mão para defender o "interesse estratégico do país" e para evitar "um mau negócio"...

Este PSD começa a ser demasiado previsível: exige portagens, mas faz tudo para atrasar a sua aplicação; quer uma PT forte, mas abdica de a defender. E ainda estamos no princípio.

3 comentários :

sepol disse...

Uma espécie de Barata tonta...

Unknown disse...

Parabéns! Delicioso!! Adorei!!!
O que me deixa um profundo amargo de boca é que somos nós que levamos com esta e com A Nova Gente!
O que me preocupa são os meus filhos e os meus netos e os netos e os filhos dos outros.
Eu tenho quase 70 mas jamais me resignarei.

tric disse...

realmente, cada vez esta mais parecido com Socrates! os dois juntos não fazem um de jeito...