segunda-feira, junho 07, 2010

Um dia não são dias


No Público de domingo (os directores devem estar a banhos...), quatro páginas sobre as obras da Parque Escolar, a maior reforma das escolas portuguesas das últimas décadas.

6 comentários :

Fernando Nabais disse...

Pois, mas o Ensino não é apenas um problema de construção civil, é, sobretudo, um problema de construção cívica e aí não há cara lavada que possa esconder a miséria interior para que a Escola Pública tem sido atirada nos últimos seis anos. A propósito, gostava muito de vir a conhecer as vossas opiniões sobre o fecho de escolas ou sobre a visão da escola como "learningstreet", de acordo com a senhora arquitecta da Parque Escolar.

MFerrer disse...

O Fernando Nabais, de um fôlego, julga, testemunha e condena.
Pena que insista em não perceber do que fala.
Reduzir o programa de requalificação de centenas de escolas secundárias, por todo o Pais, a um programa de obras públicas, é como dizer que lavrar os campos tem elevados custos para a agricultura...
A questão que parece esconder não é do foro da ignorância, é mais da da honestidade intelectual e do ciúme da governação.
Fala de miséria na Escola Pública, a cargo de não sei quem, mas quero crer que sejam os suspeitos do costume. Os malvados da 5 de Outubro! E todas as maldades que fizeram aos professores como mandá-los trabalhar 11 meses por ano, tentar que se auto-avaliassem com algum conteúdo, evitar que se pudessem reformar aos 52 aninhos(!) e, veja-se o abuso, estar presentes nas escolas 27 ou 29 horas semanais. Tem o FN carradas de razão. trata-se de malfeitorias comparáveis à degola dos inocentes. E que dizer da obrigação dos profs de darem aulas de substituição , como se faz em toda a Europa? Um horror!
E a introdução do inglês no básico? E os Magalhães? Quem é que se esqueceu do que insultaram a Ministra que se lembrou destas maldades?
E então sobre o encerramento das escolas que promovem o abandono escolar e o insucesso?
Escolas com inglês, com ensino da música, com bibliotecas, com laboratórios, com refeitórios e cozinhas, com professores dedicados e estudo acompanhado podem lá comparar-se com as maravilhas que o campo proporciona? As perspectivas que os que acabam o 4º ano ( ?quantos por ano, numa escola de 24 ou de 26 alunos, em 4 anos?)vão ter para o futuro são aquelas que de facto promoveram, entre outras coisas fantásticas,...a desertificação do interior...que dizem agora, querer combater, condenando as crianças a um futuro cinzento e à exclusão profissional e social.
E, se forem meninas a questão então é definitiva. Ficam mesmo reduzidas à possibilidade de crescerem e de se reproduzirem...
Os rapazes talvez emigrem quando tiverem idade para isso. Mas semi-analfabetos e sem profissão.
É esta a escola que o Fernando Nabais defende. A escola e o futuro.
Pior não consigo descortinar!
Nem lhe digo para visitar uma dessas escolas recuperadas, ou uma das novas escolas do 1º ciclo (estas, nem são desse novo inimigo Parque Escolar!). Não lhe quero dar desgostos e até lhe podia dar uma coisinha má!

Fernando Nabais disse...

Ó caríssimo senhor, o facto de eu ser professor há mais de vinte anos não me confere o dom da infalibilidade, mas faz com que me sinta autorizado a emitir opiniões sobre um assunto que conheço bem.
Aulas de substituição? Um dos maiores embustes de sempre: para além de pedagogicamente inconsequentes, retiram aos professores o necessário tempo individual de trabalho (o que só não é claro para quem é pago para pensar/afirmar que os professores são uma cambada de inúteis) e só servem para colmatar a falta de funcionários com que as escolas se debatem.
Inglês no básico e Magalhães? Tudo fogo de vista. As crianças, no primeiro ciclo, precisam de aprender, sobretudo, Português e Matemática. Terão muito tempo para aprender Inglês com absoluta facilidade, no Segundo Ciclo, se dominarem o Português. Para além disso, todas essas actividades são feitas à custa da precariedade profissional de jovens professores.
O Magalhães é uma manobra de propaganda e só um pobre de espírito accredita que a distribuição de tecnologia é suficiente para que se aprenda alguma coisa.
O fecho das escolas é uma medida meramente economicista e não será analisada caso a caso, será feita simplesmente a esmo, como é típico de um governo que de socialista só tem o nome. Se haverá casos em que isso se justifica, haverá outros em que será uma violência antipedagógica e constituirá a manutenção de uma política que só contribui para aumentar a desertificação.
Deixe-me devolver-lhe o conselho: visite escolas e tente aprender alguma coisa com quem lá trabalha ou quem lá estuda. Não acredite em tudo o que lê no "Acção Socialista".

MFerrer disse...

O pior cego é aquele que recusa ver,
Confirma-se tudo quanto eu disse.
Vc além de convencido, também alardeia a sua ignorância, abundante má-fé.
Se na sua escola as coisas funcionam como diz...
O Magalhães é fogo de vista? E os outros países andam a copiá-lo?
E se apenas fossem medidas economicistas com benefícios para os alunos e para o País?...
Não vale a pena aconselhá-lo. As pedras não mudam.
Estão cristalizadas no seu sistema ...
A Acção Socialista nunca li.
O que sugiro é que se informe antes de se colocar em posições ridículas... para quem se diz professor.
Vá ver:
http://www.youtube.com/watch?v=A3oIiH7BLmg&feature=player_embedded

C:\Documents and Settings\M\Local Settings\Temporary Internet Files\Content.IE5\3Z0M3GB9\ManualProjecto_ARQUITECTURA[1].zip

E deixe-se de fazer figuras tristes de paternalista débil. Posso ter idade para ser seu pai!

Caty Waves disse...

Mas como é o Ps a fazer isto alguns não se conformam..queríam que fossem outros a fazê-lo!
A isto chama-se dor de côto e inveja.
O resto são cantigas.

Fernando Nabais disse...

No seu primeiro comentário conseguiu descobrir que não sei do que falo e acusou-me imediatamente de desonestidade intelectual. Terminou, muito paternalista, a aconselhar-me a visitar escolas.
No seu último comentário, só conseguiu argumentar que há outros países a copiar o Magalhães (estará a falar da Venezuela?) e titubeou qualquer coisa sobre as possíveis vantagens indirectas de medidas economicistas, deixando, ainda, escapar, alguns mimos como "ignorância" e "má-fé".
Terei sido escusadamente desgradável nas insinuações de que está ao serviço do PS? Provavelmente, mas enquanto admito a minha falibidade, sem renegar a minha condição de profissional do ensino, acho sempre estranho que alguém possa considerar que Sócrates e os seus satélites nunca erram. É muita cegueira.
De resto, nunca neguei a importância da renovação do parque escolar, embora desconfie de tanto afã, e a minha escola está, neste momento, por acaso, a ser beneficiada.
O senhor, na verdade, não argumenta, limita-se a discutir. São coisas diferentes.
Se tem idade para ser meu pai, talvez já seja tempo de aprender a ler ou ouvir quem discorda de si, sem estar tão preocupado em descobrir tantos defeitos pessoais.
Esteja descansado, que não voltarei a incomodar-nos.