- ‘Tem sido sugerido que, uma vez conhecida a acusação do processo Freeport, era devido um pedido de desculpas a Sócrates. Se pensarmos no que foram as manchetes dos media nos últimos seis anos, sopradas por "operadores" do sistema de justiça, e na utilização política que foi feita do processo, há boas razões para uma penitência colectiva de muitos jornalistas portugueses, acompanhados por parte significativa da classe política. Mas é um erro olhar para o que se passou como uma questão com Sócrates. No essencial, a presença mediática do processo Freeport nunca foi uma diatribe contra o primeiro-ministro. O que esteve sempre em causa foi bem mais grave: a exposição de um cancro que está a destruir a democracia portuguesa e que resulta da coligação perversa entre péssimas investigações e jornalismo medíocre. Uma coligação que radica numa justiça que compensa a incapacidade de produzir prova com disseminação de pseudo-factos nos media e numa comunicação social que se revela incapaz de avaliar a idoneidade das suas fontes, tomando como válida qualquer informação proveniente do sistema de justiça. Os resultados estão à vista.’
sexta-feira, julho 30, 2010
Leituras [2]
• Pedro Adão e Silva, O cancro Freeport:
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