- "Pode dizer-se que a despesa desacelerar de forma visível apenas a meio do ano parece pouco. No entanto, o facto de muitas das medidas de diminuição da despesa previstas no Orçamento de 2010, no PEC e no acordo celebrado em Maio entre os dois maiores partidos, só terem podido entrar em vigor no final do segundo trimestre, ou mesmo no terceiro trimestre, significa que a evolução da despesa no primeiro semestre não reflecte o alcance das mesmas.
A forte desaceleração em Agosto sugere que as medidas já estão a fazer efeito e estão a fazer um efeito significativo. As medidas estruturais, como o congelamento de entradas na função pública, terão um efeito que se irá acentuando ao longo dos próximos meses, originando poupanças cada vez maiores. Outra preocupação importante é o desequilíbrio das contas externas. Nesta frente, a semana trouxe sinais positivos. De acordo com os dados do Banco de Portugal, a dívida de Portugal ao exterior caiu no segundo trimestre do ano, recuando cerca de 3.6 mil milhões de euros, uma quebra recorde de 1.9% que não tem paralelo na última década. Também positiva foi a evolução recente do comércio externo. Os dados revelados há dois dias são surpreendentes. A taxa de cobertura das importações pelas exportações de bens e serviços atingiu os 97%, o que compara com os 73% registados no mês anterior. É a primeira vez, desde Janeiro 1997, que se regista uma taxa de cobertura tão elevada. A melhoria da taxa de cobertura, que levou a um quase equilíbrio da balança de bens e serviços, foi conseguida simultaneamente pela redução das importações e pela continuação do aumento das exportações face ao ano anterior. As exportações dos primeiros sete meses do ano cresceram 11,5% face às registadas em igual período do ano anterior, mostrando uma forte capacidade de recuperação. Mas talvez tão importante, neste momento, é o abrandamento das importações, essencial para o necessário equilíbrio externo da economia portuguesa e para garantir que a procura externa líquida dá o necessário contributo para o crescimento do PIB. Estes sinais positivos não nos devem, no entanto, fazer desviar do necessário caminho. A consolidação tem de ser entendida não só como uma necessidade de equilíbrio das contas públicas mas também como um factor determinante para a retoma da confiança e do crescimento económico. A consolidação e o nível de endividamento dos particulares implicam que o crescimento português não poderá assentar no aumento da despesa pública ou no consumo dos particulares. Neste contexto, o crescimento terá de ser sustentado pelas exportações líquidas, pelo que o reforço da competitividade e da internacionalização ganham maior importância como prioridade da política económica."
quinta-feira, setembro 23, 2010
Leituras
• Manuel Caldeira Cabral, Trabalhar para dar férias ao FMI:
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2 comentários :
Este senhor, está a falar do país de Sócrates? então é mentira diz a oposição....
Este artigo que reputo de verdadeiro, é um balsamo para a minha crença em que vamos vencer a crise.
Passar os olhos pelos jornais e tvs leva-nos a ficar com a ideia que o País vai mesmo desaparecer, como se um tsumani estivesse mesmo a chegar.
Acontece que já á muitos meses que esses feiticeiros do mal anunciam esse fim e ele nunca mais chega.
Eu, portugues de gema digo a esses "pulhas" que desejam o mal do meu Pais, que vão todos á BADAMERDA.Fujam...pra ilha e com o excesso de peso afundem a mesma,podem ir juntamente com ela.Não fazem falta.Deixariamos de ter esse virus que tanto mal tem feito a Portugal.
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