Com o FMI? “Não me chamo Passos Coelho”

Entrevista de Augusto Santos Silva ao JN. Eis um extracto:

O Governo garante o cumprimento da execução orçamental em 2011, apesar de em 2010 não estar a correr bem?
Vamos atingir os objectivos. O défice vai ser de 7, 3% em 2010 e para 2011, tenho a confiança, que se baseia no pressuposto de que o bloco político que permitiu a aprovação do OE, permitirá a sua execução. Não me passa pela cabeça que o PSD impeça a execução das medidas do OE. Estou seguro que se viverá em 2011 um período de estabilidade e de responsabilidade políticas, condições sine qua non para cumprirmos os objectivos.

Sem ajudas da UE e do FMI?
Não ponho essa hipótese trabalho. Não me chamo Passos Coelho.

Mas Passos Coelho está à espera do primeiro sinal de derrapagem para derrubar o Governo.
Não faço a injustiça de dizer que esse seja o propósito do PSD. Todos compreendemos bem a gravidade da situação e sabemos o que é preciso fazer. Quem impedir que se faça o que é preciso assumirá a sua responsabilidade perante o eleitorado. Quem tem medo de perder eleições não merece ganhá-las. O que distingue um estadista de um demagogo é que um estadista não tem medo de perder eleições. Os portugueses têm sabido distinguir bem entre o demagogo, que quer 'surfar' a onda, e o estadista, que quer navegar.

Onde situa Passos Coelho?
Num ziguezague. Vejo na liderança do PSD ainda bastante imaturidade e isso explica alguns ziguezagues.