quinta-feira, dezembro 23, 2010

Imagine



• Daniel Oliveira, Imagine se fosse Sócrates:
    'Imagine que era gente muito próxima de Sócrates envolvida no caso BPN. Imagine que as suas ligações ao banco pareciam evidentes. O que se investigaria e se escreveria?

    Imagine que um homem próximo de José Sócrates estava envolvido na gestão criminosa de um banco e que isso custava cinco mil milhões ao Estado. Imagine que um outro homem ainda mais próximo de Sócrates (Armando Vara, por exemplo) também estava envolvido no caso. E que Sócrates, como primeiro-ministro, vinha a publicamente defender a sua permanência num cargo político.

    Imagine que se suspeitava que o banco em causa, quase exclusivamente composto por pessoas do círculo político próximo de José Sócrates, tinha contribuído financeiramente para a sua campanha anterior. Imagine que Sócrates e familiares seus tinham comprado acções desse grupo financeiro e vendido a tempo.

    Imagine que, sabendo-se tudo isto, Sócrates apoiava a nacionalização dos prejuízos deste banco. E imagine que essa nacionalização ajudaria a explicar a situação calamitosa do país.

    Imagina o que se escreveria sobre o assunto? A quantidade de vezes que o primeiro-ministro teria de explicar as suas ligações ao banco? Os esclarecimentos que teria de dar? As declarações que teria de fazer ao País? Como tudo seria investigado até ao mais ínfimo pormenor? Como todos os documentos seriam vasculhados? Não foi assim nos casos da licenciatura, das casas projectadas, da Face Oculta, do Freeport, da TVI? E muito bem.

    Não se percebe porque é que, num caso muitíssimo mais grave nas suas consequências para o país, parece dispensar-se qualquer tipo de vigilância democrática quando a pessoa que está em causa é, em vez do primeiro-ministro, o Presidente da República.'

8 comentários :

jose albergaria disse...

Caro Miguel,
Seu leitor regular, atento e agradecido, quero desejar-lhe um Santo Natal e um 2011 sem crises...se puder.

Abraço,
José Albergaria

PS - Estes votos são extensivos aos seus companheiros de blog.

Anónimo disse...

O BPN é caso mais gritante de bandidagem na área do poder político e com mais dramáticas consequências para o Estado. Foi um fartar vilanagem em que todos os que lá foram buscar dinheiro não poderiam deixar de saber que tudo aquilo era criminosos. Falhou a supervisão, a polícia, o Ministério Público, o Correio da Manha, a TVI e o Crespo. Ou talvez não tivessem falhado, por uma vez.

Anónimo disse...

Senhor Miguel

O BPN não existe. É uma inventona do Sócrates e do seu ministro das finanças para justificarem a má governação. Se assim não fosse, jornais tão independentes e sérios como o Público, o Sol, ou mesmo o Expresso, teriam dado ao caso a atenção que ele mereceria.

Olimpio Dias disse...

E porquê esta dupliciadde de tratamento? Porque a comunicação social está toda nas mãos dos ladrões do BPN ou dos seus amigos. Quanto aos jornalistas estão ali para ganhar o pão de cada dia e a deontologis profissional (que é isso? perguntam eles) que se lixe. Quanto à justiça, passou ao contra ataque feroz para o encobrimento perfeito, alimentando freeports e faces ocultas. O que mais me impressiona é ver gente considerada «gente de bem» a olhar para o lado, só porque não gostam do PS. Enoja-me o cara de pau do Ramalho Eanes, que sabe bem o que se passa e no tempo em que cavaco estava no gorverno de Sá Carneiro, foi tratado por essa gente como merda malcheirosa. Quem não se recorda das palavras de ordem das jotas da AD: «Eanes cheira mal, Eanes cheira a Cunhal!». Esta triste figura, em vez de, ao menos retrair-se perante tanta ignominia, ainda pega ao pálio do cavaquismo. Esta coisa sem memória e sem dignidade foi Pr durante dez anos e eu votei nele. A gente elege cada merda!

Rabino disse...

O lamentavel de tudo isto, é que o BPN, ainda vai sobrar para Sócrates. O governo impediu uma crise terrivel, evitando a corrida aos bancos por parte dos portugueses. Depois aparece um "mecenas" de nome Cadilhe a querer comprar o banco ao "preço da uva mijona" O Governo não aceita, e nacionaliza o Banco com os custo inerentes. Ninguem criticou essa medida a não ser os Cadilhes... Como o caso do efeito dominó já está fora de causa,vem os chulos da direita agora cobrar a factura.Para esta postura politica, só consigo pronunciar estas palavras: Puta que os pariu e para quem os apoiar....

Anónimo disse...

deves ter feito acordo com o tijolo, tá bém ainda tens crédito, eu cobro quando te arrependeres.

tia judite disse...

Soltem os gatunos e prendam Socrates.

Anónimo disse...

Daniel Oliveira,parabéns pelo artigo.É bom que apareçam pessoas que caminham vertical.O que se passou com o BPN e BPP é uma vergonha.Se não se esclarecer toda a tramóia,o País e a justiça ficarão,para sempre, na lama.Ainda querem eleger o actual Presidente?