- ‘1. Tem de se ler, ou ouvir, as declarações de Ramalho Eanes sobre o discurso de Cavaco Silva na tomada de posse para melhor se compreender a real necessidade do apelo agora feito pelo PR aos "portugueses de boa-fé" para que interpretem o seu discurso longe de malignas influências.
Lembro que o antigo ex-presidente, emblema da comissão de honra da recente reeleição presidencial, considerou "excessivas" as "acusações" feitas pelo actual PR ao Governo de José Sócrates. Além do mais, Eanes afirmou que o discurso "esqueceu a crise externa e a (sua) influência na nossa própria crise". Teve mesmo a ousadia de dizer o seguinte a propósito do Governo: "Não pode fazer tudo, porque não faz milagres" - e ainda sobre a tal década perdida: "Não é da responsabilidade deste Governo, ou pelo menos não é da responsabilidade exclusiva deste Governo."
Ramalho Eanes terminou essa sua apreciação, aliás, com uma classificação elucidativa: [o discurso foi] "razoável".
Por tudo isto, repito, o apelo do PR aos portugueses de "boa-fé", para que não se deixem contaminar com "uma interpretação abusiva ou distorcida" do seu discurso, não me deixou indiferente. E foi o que eu fiz ontem. Fui ler o que tinha ouvido na tarde de quarta-feira.
2. E li o quê? Bem, li o que gostaria de ter ouvido na recente campanha eleitoral, até pelo cariz ideológico de algumas passagens, e para que todos os portugueses pudessem ter pesado o seu voto de acordo com o real pensamento político de Cavaco Silva. Quando se diz que a verdade deve estar presente no discurso político - e deve! - isso é válido para todos os actores.’
3 comentários :
Citar eanito el estático
é similar ao vazio de ideias que durante 30 e tal anos varreu este país
gastamos agora que chegará mais depois
o dinheiro imprime-se
pode nada valer ou ser falso
nisso é como os discursos
e as apreciações sobre os discursos
Cavaco já nem é unânime na sua base de apoio.
Um chefe de facção.
Eanes, segundo afirmou, foi um homem que recusou acções de bancos a preços de favor - o que lhe dá um discernimento diferenciado para avaliar a seriedade de certos actos.
Está para nascer...
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