quarta-feira, março 02, 2011

"No meio de muita coisa, havia, pelo menos, apelos [do 'Compromisso Portugal'] à revolução"

• Pedro Lains, Por onde vai Passos Coelho?:
    'Duas notícias contraditórias vieram recentemente a público. A primeira dizia que o programa eleitoral - ou do governo - do PSD estava a ser preparado por pessoas ligadas a um grupo intitulado "Compromisso Portugal", grupo que teve uma existência fugaz há uns anos atrás. Esse grupo pretendia alertar a sociedade civil para o excessivo peso do Estado e teve alguma repercussão na imprensa. O grande exemplo a seguir era o da Irlanda, até que a crise de 2008 veio mostrar a quem ainda não sabia que não há milagres económicos. Aquilo que aquele grupo pretendia fazer não era bem claro, como se pode ainda constatar da leitura da página que dele ficou na internet. No meio de muita coisa, havia, pelo menos, apelos à revolução. Presumivelmente, foram também pessoas ligadas a esse grupo que levantaram a questão da revisão constitucional, que acabou por ser uma má jogada política para o PSD e Passos Coelho.

    Se o PSD seguisse este tipo de conselhos tornar-se-ia um partido mais à direita, um partido mais liberal. Alguém deve ter sentido o perigo dessa mudança, pois não será assim que o PSD ganhará eleições.

    (...)

    Um bom exemplo de coisas que se dizem por aí erradas está na própria página de algo intitulado GenePSD. A ideia de um projecto que inclua gente que não está no partido é boa, uma vez que as eleições se ganham, dizem os especialistas, conquistando o eleitorado flutuante do centro, aqueles que os "independentes", em princípio, representam. Só que aquela página mostra quanto trabalho ainda está por fazer, quanta reflexão ainda será necessária.

    A um certo ponto escreve-se lá que o Estado "consome" mais de metade do PIB, quando isso é um erro de interpretação que, apesar de repetido amiúde, não se torna verdade. A verdade é que o Estado distribuí um valor do PIB que andará à volta dos 40%, sendo os consumidores disso todos nós ou, pelo menos, aqueles que vão a hospitais públicos, que têm os filhos nas escolas públicas (e privadas, que também são subvencionadas), que andam nas estradas sem portagem, nas ruas à noite com luz e sem muitos assaltos, ou que fazem piqueniques nas florestas. (...)'

1 comentário :

Vicente de Lisboa disse...

O Liberalismo não está "mais à direita" do que o Conservadorismo.