sábado, março 12, 2011

Sócrates em resposta a Passos Coelho: "Onde está o desleixo, a má governação?"



José Sócrates lamentou esta madrugada a falta de apoio do PSD no que respeita às novas medidas de austeridade apresentadas pelo Governo. E respondeu directamente às críticas feitas por Pedro Passos Coelho no momento em que disse publicamente não ir compactuar mais com o "desleixo" e com a má governação. Sócrates apoiou-se nos números de 2010 para questionar: "Onde está o desleixo? Onde está a má governação?"

"Quem faz estas crítica é quem nunca governou e quem nunca foi capaz de tomar medidas difíceis. Não posso aceitar essa crítica, essa crítica é perfeitamente injusta para um governo que está a dar o seu melhor para governar um país numa altura particularmente difícil", acrescentou.

Falando no final de uma reunião informal de líderes da Zona Euro, o chefe de Governo afirmou não conhecer ainda as declarações do líder social-democrata – "vou ouvi-lo mal acabe a conferência de imprensa", apontou - mas disse lamentar "se assim é", pois as medidas têm como único objetivo defender o interesse nacional e servir o país.

Segundo Sócrates, as medidas não constituem "surpresa para ninguém", e "o líder da oposição não pode ignorar" que eram necessárias medidas para 2012 e 2013, para cumprir os objetivos de redução do défice com os quais o país se comprometeu em 2010.

Informado de que Passos Coelho acusou o Governo de apresentar como um facto consumado medidas que negociou com a Comissão Europeia e com o Banco Central Europeu, José Sócrates refutou ambas as críticas.

O primeiro-ministro garantiu que "Portugal não negociou com ninguém as medidas", embora tenha havido de facto contactos com Comissão e BCE, tal como muitos outros Estados-membros o fazem, pois "Portugal não está em condições de apresentar um PEC que não seja bem recebido" por estas duas instituições, cujo apoio é "absolutamente decisivo" para a sua credibilização.

Por outro lado, indicou que "compete ao Governo apresentar o PEC", mas garantiu que o seu executivo está disponível para discutir medida a medida e que aceita mudanças se "aparecerem melhores", com o mesmo impacto que permita atingir as metas.

"Estamos disponíveis para discutir medida a medida, não estamos disponíveis é para não cumprir os nossos objetivos", declarou.

O chefe de Governo justificou o anúncio antecipado de medidas adicionais de consolidação orçamental com a absoluta necessidade de o país ter uma avaliação positiva nesta cimeira e receber o apoio da Comissão, Banco Central Europeu e outros parceiros do espaço monetário único.

Lembrando que o PEC tinha de ser apresentado até abril, Sócrates revelou que o Governo tinha previsto apresentá-lo na "cimeira da primavera", a 24 e 25 de março, antecipando para hoje para desfazer quaisquer dúvidas sobre o empenho de Portugal em atingir as metas de défice para 2011, 2012 e 2013, que diz ser absolutamente imperioso cumprir.

"Não estou preocupado com a minha carreira política, estou apenas preocupado com os desafios do meu país", garantiu.

7 comentários :

Anónimo disse...

Não são surpresa? Então neste blog foram insultadas as pessoas que diziam que vinham ai mais medidas e afinal o PM diz que não eram surpresa?
O governo é eleito pra governar não para estar sempre a aumentar impostos cortar salários e depois dizer que a culpa é da oposição... se corre algo bem é fruto das medidas corajosas se corre mal é das propostas da oposição, mesmo que estas sejam só fruto da imaginação da máquina de propaganda.
E já agora... janeiro correu bem, fevereiro igual (nas palavras do PM) então porquê mais medidas? Estas não eram a garantia dos 4,6% para esta ano? E o buraco que o finantial times alemãao descobriu? E não chamavam o FMI qd os juros chegassem aos 7%? As medidas são tão graves como as que o FMI tomaria, mas com o FMI pagava-mos 4% de juro, com sócrates já vai em 8%.

tia judite disse...

Socrates com honestidade intelectual, que mais querem de um HOMEM que está a fazer o melhor pelo País?

Os portugueses são um povo ingrato,troca-tintas,como submisso aos fascismos...e pouco dado a ver longe. O que conta é o já agora depois se ve.Não merecem de fato um Governante com esta dimensão.
Venha daí então um poder forte...que bata, que controle, que ordene e que cacique,finalmente seremos então todos felizes.

Anónimo disse...

Coelho está a ser pressionado pelo discurso pirómano do Chefe.

Cavaco é neste momento um factor de desunião.

O grau zero de um estadista.

Anónimo disse...

A malta está com fome de pote e o Coelho se não vai lá é comido rapidamente.

O Presidente abriu a época de caça ao pote. Apertem os cintos!

Anónimo disse...

A fome de poder leva muita gente a apostar no quanto pior, melhor.

Anónimo disse...

Logo na noite eleitoral, quando o PS e Sócrates ganharam as eleições e a escolha dos portugueses, que se desenhou uma aliança de oposição e ódio a Sócrates e aos portugueses.

Desde esse dia que se entrou numa campanha de ódio e destruição.

O Parlamento tornou-se um palco de todos a favor da despesa e contra qualquer medida do Governo.

Nuno Carrasqueira disse...

A falta de vergonha desta gente não tem mesmo limites?
Basta!