segunda-feira, abril 04, 2011

Jornalismo surreal



O Diário Económico entrevista hoje o primeiro-ministro de Malta, Lawrence Gonzi. Este mostra-se ao corrente dos problemas de Portugal: “eu estou convencido [de] que Portugal tem bons fundamentais económicos e que vai conseguir ultrapassar esta crise. E os bancos portugueses são sólidos.” E não deixa de fazer notar que a crise política desencadeada pela oposição não ajuda a resolver os problemas (antes pelo contrário): “É uma pena que Portugal esteja a enfrentar eleições já, porque isso vai complicar a sua situação financeira.”

Ora, perante a tentativa do chefe do Governo de Malta em dizer que Portugal está a ser tratado de maneira injusta, a jornalista do DE interrompe-o e diz que “O problema de Portugal é uma dívida pública que já chega a 92% do PIB...” , mas Lawrence Gonzi insistiu que “Sim, mas também porque as agências de ‘rating' estão a insuflar o problema de Portugal.”

Grande jornalista que não perde o ânimo e, sem ligar nada ao que o primeiro-ministro maltês vai dizendo, volta ao ataque: “Acredita que Portugal acabará por entrar em falência?” O jornalismo “Ongoing” em todo o seu esplendor.

7 comentários :

Maria Teixeira Alves disse...

Vocês estão habituados a jornalistas alinhados com o Governo de Sócrates, eu percebo.... temos pena.

Miguel Abrantes disse...

A Maria é alinhada com quê?

Onde estão os jornalistas alinhados com o Governo?

Anónimo disse...

Ainda bem que estes(as) senhores(as) vão dando a cara para sabermos quem são. Fica mais fácil interpretar as entrevistas que fazem quando as põem (lemos) no papel.

Então, Mariazinha, não responde à pergunta do Miguel?
Vá lá... responda! Diga a quem se refere?
Quem são os seus colegas que fazem o contraponto do seu?

Acusar genericamente, sem dar os nomes bois para que estes possam dar-lhe a devida resposta, diz tudo do seu perfil de jornalista.

Céu disse...

Comentário que acabo de deixar no Corta-fitas:

Eu, que não sou jornalista, basta-me o bom senso para perceber os erros da entrevista da Maria e deste seu post.

Da entrevista:
1-Impediu o Primeiro-ministro de Malta de completar as respostas porque percebeu que eram elogiosas para o governo português.
Resultado: a Maria não quis ouvir/conhecer a opinião do PM de Malta, nem os seus argumentos, mas sim levá-lo a dizer aquilo que queria ouvir. Como não foi o que aconteceu, cortou-lhe a palavra.
2-Não sabe a que “ bons fundamentais” se referia o seu entrevistado e ao invés de perguntar e deixar que o Senhor se explicasse - não fosse ele continuar com referências positivas a Portugal – decidiu concluir por si própria: “não há fundamentais bons na economia portuguesa”. Fantástico! Para jornalista não está nada mau.

Do seu post:
Não bastou a forma parcial e tendenciosa como conduziu a entrevista – tudo em contra-mão com o jornalismo sério e rigoroso – veio aqui envaidecer-se e enaltecer o trabalho que supostamente teria feito bem. Azar.
No essencial, o que fica do seu post: “foi insuflada por Sócrates”, “esses que ninguém encontra”, “não quis estar a monopolizar”, “porque na verdade não há fundamentais bons”.
Ou seja, temos a SUA VERDADE.
Boa!! Viva o seu jornalismo. Vivam as suas opiniões.

Maria Teixeira Alves disse...

Bem jornalistas alinhados com o Governo de Sócrates... não sabem quem são? Mas então e todas as escutas que foram reveladas no caso Face Oculta não chegam para vos esclarecer?
Tantos casos revelados... tantas escutas apagadas...
Evidentemente que não vou cair na armadilha de acusar pessoas. Eu não nasci ontem....

Maria Teixeira Alves disse...

Eu não sou alinhada com nada, a não ser com a honestidade a todos os níveis, incluindo a honestidade intelectual.

Anónimo disse...

Tanto desperdício numa só chavala, senhores...