- ‘Em menos de dez dias, após a rejeição doméstica do pacote apresentado pelo Governo em Bruxelas, os juros da dívida subiram três pontos e meio, mais do que haviam subido nos três meses anteriores; algumas das grandes empresas públicas de transporte, deficitárias em todos os países, passaram a lixo; a banca nacional vê as fontes externas secarem; a reputação financeira da República baixa cinco escalões.
Impossível dissociar estes acontecimentos da coligação negativa, destrutiva e demagógica gerada e abençoada para demolir o governo na altura mais prejudicial ao País. A loucura continuou com revogações de reformas arduamente conseguidas, como a da avaliação dos professores.
Impossível igualmente dissociar a súbita crise, no seu súbito agravamento, da vertigem de contradições de que dá mostras a alternativa opositora. É a proposta de descida e de subida do IVA, a justificação da recusa do pacote por excessivo, com o argumento, para Wall Street, de que afinal seria insuficiente, a privatização "parcial" da Caixa, as pífias, incolores e inodoras "linhas de orientação para elaboração do programa eleitoral". Mesmo os prometidos estados gerais, até agora limitaram-se a um curto espectáculo de uma tarde, para mostrar sintonia com Belém, com homens do Presidente na primeira fila. Pouco, muito pouco e mau, como notaram os avaliadores que nos desgraduam. E como estão já os eleitores a notar, pelas primeiras sondagens após crise.’
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