António Barreto foi mais uma vez incumbido de fazer o discurso das cerimónias do 10 de Junho — Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Desta vez, Barreto resolveu falar sobre a crise. Qual profeta do Velho Testamento, falou de pecados antigos e modernos, da incapacidade lusitana e dos malefícios dos governantes. Esqueceu-se liminarmente de que foi ministro e dirigente do Partido Socialista, para falar de cátedra, de uma espécie de lugar geométrico no espaço, de Portugal e dos portugueses.
Paradoxalmente, depois de criticar os políticos pela sua linguagem de ruptura e os partidos por não se entenderem, António Barreto dedicou-se, com deselegância e falta de sentido de justiça, a criticar o Governo e o primeiro-ministro, falando em responsabilidade pela crise. Com as ideias lunáticas que, do alto da sua sobranceira ignorância tem defendido sobre a crise da justiça, está certamente prestes a propor a criação de um tribunal penal internacional que julgue os políticos que foram vítimas da crise dos mercados e das dívidas soberanas — sobretudo os socialistas e social-democratas (europeus), pelos quais nutre uma antipatia crescente desde que Soares dos Santos o escolheu para presidir a uma fundação.
Apetece perguntar: quem é, ao fim e ao cabo, António Barreto? António Barreto é um maître à penser do regime democrático do qual não se conhece obra científica. Depois de ter sido ministro e dirigente socialista, viveu do Orçamento do Estado num centro de estudos sociais, onde nada realizou. Barreto não é conhecido pelas suas aulas na Universidade Nova, que praticamente nunca deu, nem nos livros de sociologia, raros e diletantes. Barreto é um profeta da desgraça, embora ainda tenha muito a aprender com Medina Carreira.
O melhor conselho que se deixa aos seus ouvintes ocasionais ou forçados é muito simples: se não puserem tampões nos ouvidos, não o levem muito a sério.
22 comentários :
Este cromo é um excelente exemplo para os restantes funcionários dos supermercados - portem-se bem, que podem acabar a botar faladura no 10 de Junho...
um presidente, um governo e um barrete
Que dizer deste homenzinho reles com permanente azia? Nada há a comentar, não merece que perca o melhor de mim , o tempo.
este empregado do Pingo Doce /Jerónimo Martins tem pouco carisma
parece um pseudo intelectual dos anos 60/70 do sec. XX; está ultrapassado
Perfeito o comentário do anónimo das 9.00.
Adorei.
Obrigado por se dar ao trabalho de comentar, Miguel... e aos autores dos 3 comentários... quanto a mim, nem tenho vontade de dizer ou escrever nada sobre a "nódoa" das cerimónias de hoje... do barrete de um à demagogia repetida do outro, passando pela maior parte do agraciados... por tanto a dizer, neste momento prefiro nada dizer... estou um bocado enjoada!
Abraço.
Cara Ana Paula: o discurso de Barreto foi uma coisa que me indignou.
o barreto cantou fado da desgraça nacional, poupámos o cachet da kátia e ganhámos na interpretação das dores de parto. tirem-lhe o som e comparem.
Menos realizações científicas e profissionais do que o Barreto, só o Sócrates.
Caros,
Um discurso de mais um vencido da vida cheio de amargura. Um vencido que como tal, sentindo-se vencido de sua vida própria e nos seus ideais, como normalmente acontece, viram-se para o passado, tornam-se reaccionários. Sem novos sonhos, agarram-se aos velhos sonhos do anti-salazarismo, dos maios libertários e, paulatinamente, ficados nesse tempo, tornam-se caducos.
Mas no presente caso, este amargurado político decadente, como é habitual nesse estado de espírito, agarrou-se ao primeiro dono que lhe proporcionou o descanso económico e bem-estar social, mesmo tendo para isso de vender a consciência e a alma ao diabo.
Agora, qualquer modificação política ou mudanças sociais que perturbem o seu descando de protegido do rei (merceeiro), lhe metem medo, o fazem ficar nervoso, tremelicar e claudicar totalmente perante o futuro por falta de coragem.
Sem um mínimo de coragem para mudar e enfrentar o futuro, tornam-se corajosos de língua e fala sob a protecção dos poderosos a quem fazem todos os fretes necessários para que estes continuem poderosos e os possam manter como protegidos obedientes.
O Barreto vai ser certamente considerado como o empregado do ano do Pingo Doce...
Que vergonha!
O discurso de hoje fez-me sentir saudades imensas de um homem e escritor dos afectos. ENORME. E que durante o mandato de Sampaio esteve no lugar onte está agora esta figurinha.
Sim, Antonio Barreto é uma figurinha ao pé da memória, da inteligencia, sensibilidade, integridade e do afecto de Antonio Alçada Batista!
o barrete ficou com inveja do discurso de posse do cavaco e vai daí abafou a cerimónia com um pior. o presidente sentiu-se neutralizado e teve de recorrer ao discurso b, só faltou o boné à portas para dar credibilidade ao ambiente de caixa de crédito acrícola.
Que não haja medo das palavras. António Barreto é intelectualmente um troca tintas sem um pingo (doce) de credibilidade. "Diz-me com quem andas e te direi quem és"
Com que então agora quem mete o varapau fundo na cagança do troca tintas é apelidado nesta sociedade recreativa dos amigos do defunto (e naturalmente da estupidez) de profeta da desgraça.
Três vivas á mamã Jeová e às suas crias corporativas
Tende fé camaradas
Pois!... Sócrates também não quis encarar a realidade e vejam lá o resultado disso. De um mundo tão cor-de-rosa que era, que, como por artes mágicas, de repente, tudo ficou negro e os meus amigos ficaram orfãos.
Ainda ontem se viu o "carinho" que o povo lhe tem pela sua boa governação.
deves tar a falar da 1/2 dúzia de apitos que a sic andou a distribuir pelos gajos que não tinham bilhete para o cine-teatro avenida.
ó anónimo das02.08, tu nem categoria tens para falar do Sócrates.És tão enfezadinho do caco que ficas a anos-luz da inteligência dele.Portanto,trata-te!
Acabado de regressar de fora do país, e sabendo da derrota do Partido Sócrates, estava curioso em regressar a a este blog.
O corporações deixou de ser um blog de oposição à oposição e passou a ser um blog de oposição ao governo, o que não deixa de ser uma evolução.
Sobre o texto esqueceu-se a acrescentar que Sócrates além de ter sido vítima da crise dos mercados e das dividas soberanas foi também vitima dos portugueses que não sabem reconhecer o mérito a quem em seis anos de governo, com condições que mais nenhum governo teve na nossa democracia, entregou a soberania ao FMI e à UE. Parece impossível!!
Prometo regressar às vezes a este blog. Não percam a graça.
Um abraço
olhe que não olhe que não
o tal de Sócrates até começou bem
mas era um pouco ceguinho
e tal como cavaco nã gostava de ser contrariado
num país afundado em auto-estradas cavaquistas
querer fazer obra igual dá maus resultados
Para ver e rever, e se necessário voltar a ver, a ver se finalmente entra:
http://sicnoticias.sapo.pt/especiais/portugal2011/article629908.ece
«Menos realizações científicas e profissionais do que o Barreto, só o Sócrates»? Não o Passos Coelho, nem o Paulo Portas? Realmente...
Deste e doutros Barretes já ninguém espera nada. Nem em Salvaterra, se é que ainda existe salvação para esta pobre terra, que tais "ilustres" tem.
Paulo Sousa, volta sempre, pá. Traz o Paulo Bento, o Futre e o Camolas...
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