Passos confirma palavras de Sócrates: “o programa do PSD está muito para além daquilo que a 'troika' propõe”

Hoje de manhã, José Sócrates disse o seguinte:

"O país tem uma obrigação de cumprir o programa [de ajustamento financeiro] que assinou internacionalmente, mas isso não esgota a governação, porque em todas as outras áreas há escolhas a fazer. Aqueles que querem ir mais longe do que o programa da troika, esses estão a impor sacrifícios aos portugueses sem nenhuma razão para o fazerem", disse o secretário-geral do PS.

Hoje à tarde, Passos Coelho confirmou o que Sócrates disse de manhã:

"O acordo com a troika é indispensável para nós reconquistarmos a nossa dignidade externa, para pagar aquilo que devemos, para que as pessoas voltem a acreditar fora de Portugal que Portugal é um país onde vale a pena insistir, mas precisamos de ir além disso", afirmou, em declarações aos jornalistas num café em São João da Madeira, a meio de uma 'arruada'.

Pois, acrescentou, a reforma da educação, da justiça, da saúde e da Segurança Social, são reformas que só serão feitas se o país se empenhar nelas.

"As transformações que o país precisa de fazer só as fará se quiser, não me refiro àquilo que está acordado com a troika, porque isso temos de cumprir", afirmou, reiterando que "isso só por si não garante uma transformação do país", apenas permite pôr as contas públicas em dia e reduzir o peso do Estado.

Insistindo que "há muitas outras transformações que só se o país quiser fazer é que as faz", Passos Coelho reforçou que "não é troika que nos vai obrigar a fazê-las".

Interrogado se o acordo com a troika é, então, "um ponto de partida", o líder social-democrata concordou, sublinhando que o acordo "não esgota" o que é preciso fazer.

"Por isso é que disse sempre que o programa do PSD está muito para além daquilo que a 'troika' propõe", acrescentou.