Sendo que, nas letras pequeninas, lê-se: "os ministros e até o PSD já foram avisados", tendo em conta a impopularidade da medida.
Depois, hoje de manhã, o DN vai mais longe na explicação: Passos assume decisão de isentar rendimentos de capital. E escreve:
Face aos estudos que lhe foram apresentados pelas Finanças [Passos] não hesitou em tomar assim a decisão, em consonância com o ministro das Finanças, garantiram esta manhã duas fontes do governo ao DN, contrariando uma informação adiantada ontem por outras fontes que davam como certo que o chefe de Governo tinha tentado que as mais-valias e juros de aplicações financeiras fossem englobados na medida.
Há mesmo no Governo quem mostre preocupação com uma mensagem: não só há total consenso entre Passos e Vitor Gaspar nesta polémica decisão, como Passos não hesitará em dar a cara por ela.
Apesar dos desmedidos esforços do Diário de Notícias em sustentar a decisão do Governo, lê-se agora, no Diário Económico, com base na decisão do Conselho de Ministros:
Novo imposto vai incidir sobre rendimentos englobáveis de IRS e mais-valias (já os juros dos depósitos e de outras aplicações financeiras ficarão de fora da nova tributação, uma vez que estes rendimentos estão sujeitos, não a uma taxa especial, mas a uma taxa liberatória.)
Ficamos assim com uma série de dúvidas:
a) De ontem para hoje, ou da manhã para a tarde, quem foi obrigado a mudar de opinião, Passos ou o ministro das Finanças?
b) A coragem a rodos de que as notícias do DN dava conta também se aplicam agora, quando a decisão é a inversa?
c) Os tais estudos, perante os quais Passos não terá hesitado, foram substituídos por outros estudos, perante os quais Passos ainda hesitou menos?
d) Ou tudo isto não passa do que é mesmo: uma campanha mediática para passar a mensagem de que as mais-valias (do "grande capital") vão pagar imposto e que os juros (das "famílias") ficam isentos? E que tudo isto se deve à decisão e - porque não dizê-lo? - à coragem de um só homem, o Pedro, o nosso ganda Pedro?
9 comentários :
E o grande kapital vai dar mais valias?
120 mil milhões remunerados à média de 2% são só 2mil 400 milhões
mas a média dos juros dos depósitos
atinge já os 3,5 em média
quando chegar aos 5%
acho que não há mais valias que lhes valham
e ter uma banca à grega
ou o capital a fugir todos os dias
ou a ser investido em coisas muito pouco produtivas como misturas de ouro falsificado
e por casquinha vendida a preço de prata
é capaz de ser mauzote
penso eu de que...
é impressão minha ou o 'shotor' gaspar acha que está a dar uma aula na faculdade de economia?!
Parece que falaram cedo demais, camaradas.
Têm que mudar de tabloide.
Amigo Tiago, as mais valias que interessam fica de fora a partir do momento que esta taxa se destina apenas a residentes em portugal. O belo do off-shore nunca foi tão apetecivel...
Tiago Dias, não quer ler o post atentamente?
Já repararam que a primeira grande contradição do PSD enquanto partido em campanha e o PSD enquanto partido de Governo se encontra logo na primeira frase do seu Programa Eleitoral?!
«RECUPERAR A CREDIBILIDADE E DESENVOLVER PORTUGAL»
Está visto que este governo é óptimo a identificar gorduras nos bolsos dos contribuintes...
Anónimo
Eu li e percebi só não quis foi escrever sobre:
"Ou tudo isto não passa do que é mesmo: uma campanha mediática para passar a mensagem de que as mais-valias (do "grande capital") vão pagar imposto"
Sabes porquê? Das táticas socratianas estou eu farto!
Oh Tiago, então mas se não vai haver cobrança de imposto em sede de IRC como quer o Tiago que o grande capital pague o que quer que seja?
Sabe, eu também acreditava no pai natal mas deixei-me disso quando fiz 3 anos de idade.
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