sexta-feira, julho 01, 2011

“O nosso mais talentoso crítico da democracia”


Carl Schmitt (à direita)


• João Cardoso Rosas, Um liberalismo:
    ‘Um aspecto em aberto é o de saber se o liberalismo anti-igualitário e conservador deste Governo será ou não democrático. Parece-me significativo que Passos Coelho tenha nomeado como seu assessor político alguém que considero ser o nosso mais talentoso crítico da democracia: o meu amigo e ex-aluno Miguel Morgado. Uma das ideias fortes do Miguel é a de que "todos os Governos funcionantes são autoritários" e que, em democracia, não é possível a existência de autoridade. Isso leva-me a pensar que a grande tentação do actual Governo, no seu afã de ser "funcionante", consistirá em invocar uma espécie de estado de emergência - a lembrar Carl Schmitt - devido à ameaça de bancarrota, impondo autoritariamente à sociedade portuguesa uma liberalização radical da economia e das funções sociais do Estado, muito para além do memorando de entendimento e contra o espírito da Constituição. Para isso não será necessário um golpe de Estado no sentido clássico. A invocação da absoluta excepcionalidade do momento será suficiente, desde que os restantes órgãos de soberania, em especial o Presidente, deixem passar a procissão.’

5 comentários :

Farense disse...

As operações para o golpe de estado em marcha, já começou há muito.
O exercito foi convidado a tomar lugares estratégicos nas redacções dos media, a partir das quais foi "alertando" em unissono nos varios canais e todos os meios, os cidadãos para os horrores da gestão de Sócrates e em, simultâneo indicando a alternativa a escolher.
Se alguém tivesse dúvidas quanto aos propósitos do projecto ultraliberal desta liderança do PPD, que PPC sempre procurou esconder, aí estão os primeiros indicadores que hão-de conduzir à privatizaçao da saúde e da segurança social.
O corte no subsidio de Natal e outras medidas que não constam do memorandum da troika, só podem ter o significado de que à conta da crise internacional e do perigo de contagio da situaçao na Grécia, estes liberais o que pretendem é arrasar com o Estado Social.

Com cara de sonso e mentindo com todos os dentes que tem na boca com a cobertura do PR, Passos Coelho e o governo PPD, não perdem tempo.
Saude, Segurança Social..a seguir virá a Escola Pública...tudo à conta dos contribuintes (asim, eu tb sou empresarioo de sucesso - n corro riscos e só conto lucros).
Quanto a privattização da RTP. Virá ainda muita água. Ou me engano muito ou a enchurrada poderá levar de roldão muita da confiança e dos exercitos de propaganda instalados para o golpe.

CORJA DE GATUNOS! disse...

Alimentaram e atiçaram o tigre. Agora vão ter de o montar. E eu agora também estou lá na boquinha dele. Serei um dos dentes mais aguçados.

LFP disse...

Este post raia a absoluta má fé. Até porque o Miguel deu-se ao trabalho de escrever um livro sobre o que ele entende por "autoridade", e que pode ser comprado em qualquer superfície do grupo "Jerónimo Martins". Se há uma coisa que ele tenta desmistificar é o uso indevido da palavra "autoridade", muitas vezes confundido com uso indiscriminado de poder. Mas isso já vocês sabem. Vocês, o colectivo da fundação "res publica", são uns infames!!!

Carlos Rocha disse...

LFP: há espertalhões muito burros. Não é que o "post" não é um post, mas um excerto dum artigo do Diário Económico?

LFP disse...

Muito obrigado pela novidade, Carlos. Agora, face à preciosa informação que me deu, torne a ler o meu comentário e, usando a sua superior inteligência, diga-me três coisas: primeiro, como é que este post se torna mais ou menos infame apenas por ser ou não uma citação de um artigo? Segundo, se conhece o colectivo "Abrantes", pode-me afiançar que o Prof. Cardoso Rosas não faz parte dele? Terceiro, sendo o Prof. Cardoso Rosas ou outro qualquer "Abrantes" um estudioso da ciência política e conhecedor das ideias do Miguel, como não se pode considerar que a utilização do termo "autoritarismo" não é, exclusivamente, para levar os seus leitores ao equívoco?