A Expo 98?
Bom, a Expo 98 resultou na troca de um gigantesco parque industrial decadente e perigoso por uma zona urbana de excelência. E resultou também numa não mensurável mudança de atitude e melhoria de qualidade de vida que ultrapassam em muito o perímetro físico em que funcionou.
E a Expo pagou-se a si própria? Ou seja, o Estado recuperou tudo o que lá investiu?
Essa é a pergunta que não interessa. Se o Estado investiu e todos ganhámos, o balanço não será flagrante?
E, agora, a parte difícil. Não é verdade que “a Parque Expo é um mau exemplo que não pode continuar. Foi uma empresa criada para determinado fim e foi acumulando competências para autojustificar a sua manutenção”, conforme afirmou a ministra que pretende extinguir a empresa?
Este argumento não faz qualquer sentido. A empresa criada para gerir a Expo poderia ter evoluído, como de alguma forma fez, capitalizando a sua experiência na gestão e requalificação de espaços urbanos.
O que faria sentido, em relação à Parque Expo, seria discutir se a sua gestão é, ou não, competente e, principalmente, o seu modelo de gestão. Ou seja, a fúria privatizadora do governo PSD/CDS teria na Parque Expo um caso prático excelente. Não haverá empresas de engenharia, de arquitectura, ou outras, mesmo estrangeiras, interessadas numa empresa deste tipo? Isto numa altura - saliente-se - em que a própria tróica considera que uma das linhas prioritárias para a economia portuguesa passa pela requalificação e reabilitação urbana...
Muito provavelmente, a Parque Expo não faz qualquer sentido dentro do Estado, mas faz todo o sentido que Portugal tenha uma, várias, empresas deste tipo.
Mas o Governo precisava de qualquer coisa - um sound bite - para preencher uma sexta-feira de Verão. E anunciar uma extinção é muito mais fácil, e recolhe mais aplausos, que iniciar um processo de reconfiguração.
Como de costume, é mais fácil destruir que construir. Assunção Cristas e o resto do Conselho de Ministros não são muito diferentes de qualquer português preguiçoso.
4 comentários :
Tudo para além da manifesta ignorância sobre os espaço ocupado pertencer a duas Câmaras municipais, Lisboa e loures e apenas convidar a Câmara de Lisboa para a gestão do espaço. Decisão ilegal e inconstitucional. A gestão municipal tem um âmbito de competência territorial.2 do art.º 237 da CRP " As autarquias locais são pessoas colectivas territoriais ....." Mais uma vez, a ignorância chegou ao poder!
A supé-ministra do Mar etc. & Ordenamento do Território será que é mesmo licenciada em Direito? E se não sabia, podia sempre perguntar aos colegas de escritório (Morais Leitão) e advogados do regime (e de muitas das empresas portuguesas penduradas no regime)...
Mas enfim, um dos sócios dela e comentador assíduo na TV (António Lobo Xavier) também foi advogado por Decreto (nunca fez estágio de advocacia), tendo beneficiado de um regime especialíssimo, temporalmente limitado (artigo 11º do Regulamento 15/2004 da OA - http://www.oa.pt/Conteudos/Artigos/detalhe_artigo.aspx?idc=5&idsc=25368&ida=20958), previsto num regulamento que o seu amigo José Miguel Júdice, enquanto Bastonário da Ordem dos Advogados, fez aprovar para ele e mais meia dúzia de outros.
Se a "piquena" é licenciada em Direito, que está a fazer no Ministério da Agricultura e do Mar ?
Será que percebe alguma coisa de horta ?
Marquês !!
Vem cá abaixo, que eles já cá estão outra vez !
Diziam que J. Sócrates tirara o curso ao Domingo e por fax... Há muita gente que o tira por decreto...é bem mais prático, não dá despesa nem trabalho...
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