- ‘Há uma semana, apareceu por aí uma intriga sem pés nem cabeça, mas que não deixava por isso de ser perigosa. Segundo uma certa imprensa, o PSD estava a "cercar" Paulo Portas. E como se fazia esse "cerco"? Primeiro, deixando Paulo Portas fora do Conselho de Estado e propondo, em vez dele, três personagens da "casa" sem verdadeiro peso político. A exclusão do presidente do CDS era, ao que se dizia (e se escrevia), destinada a reforçar o papel do Passos Coelho no Governo e a sublinhar o putativo papel que ele tinha (ou queria ter) na "reforma" de Portugal. Isto, evidentemente, caiu mal. Entre os partidários do CDS e também entre a generalidade do público que apoiava (e apoia) a tentativa quase desesperada para endireitar o país, que se julgava, pelo menos por um tempo, livre da "política politiqueira".
Infelizmente, a história continuou com outro pretexto e outras personagens. Passos Coelho resolveu pouco depois nomear o dr. Jorge Braga de Macedo para presidir a uma "comissão", encarregada de estudar e planear a "estratégia" diplomática portuguesa, em matéria de economia. As "comissões", como as sondagens, valem o que valem. De qualquer maneira, só a Paulo Portas competia nomear uma, no caso duvidoso de a achar necessária. E a trapalhada não acaba aqui. Certa imprensa anunciou que Passos Coelho iria dar "um poder imenso" a Braga de Macedo, fazendo o homem presidente de um novo instituto, que, em princípio, iria reunir a Agência Portuguesa de Investimento (AICEP) e o IAPMEI. O que tornaria Paulo Portas uma espécie de ministro-sombra, numa absurda dependência do gabinete de Passos.
Já andava o ar turvo com estas notícias, quando se anunciou a inesperada ascensão de Pedro Santana Lopes (que, em princípio, alimenta o incompreensível desejo de voltar à Câmara de Lisboa) à Santa Casa da Misericórdia. Os mesmos jornais que desde o começo vinham alimentando o melodrama declararam logo que o PSD "esvaziara" os ministérios do CDS e acabara com Portas. Passou uma semana e, previsivelmente, veio, de orelha baixa, o desmentido. Braga de Macedo, afinal, não seria mais do que um simples consultor, daqueles que se ouvem ou não ouvem, conforme o dia e a disposição. O CDS não se opunha a que Santana fosse a correr e a saltar para a Misericórdia. E a gaffe sem remédio do Conselho de Estado era apenas um aviso à navegação. Resta saber quem incitou e promoveu esta espécie de "golpe de palácio" com tanta irresponsabilidade e estupidez.’
2 comentários :
… não acredito em bruxas…. mas como dizia o outro… lá que as há, há….
Paulo Portas está piando baixinho para que não lhe descubram os «podres»...
Sãio tudo «negócios estrangeiros»....
Enviar um comentário