- ‘Se era precisa uma prova definitiva de que o Governo português (ainda) não consegue ter um discurso europeu no qual caiba uma ideia sobre como a Europa pode sair desta crise, o estranho caso dos eurobonds é talvez suficiente. Por vezes, fica-se com a ideia de que é uma escolha deliberada: que Governo pensa que, se falarmos muito da Europa, estamos a querer ilibar-nos dos nossos deveres internos ou a querer encontrar uma justificação para não fazer o que é preciso. Ora, a aplicação, por mais rigorosa que seja, do programa da troika é um tiro no escuro se as coisas não correrem relativamente bem na Europa. É respeitável que um país que está a receber ajuda europeia não se arme em parceiro demasiado reivindicativo. Mas não tem vantagem nenhuma em calar-se na Europa e, muito menos, em calar-se sobre o que pensa da Europa em Portugal.
Isso conduz-nos à questão central dos eurobonds e à extrema dificuldade que um cidadão encontra para compreender qual é, realmente, a posição do Governo sobre esta matéria e o que pode explicar as suas aparentes hesitações e contradições. Trata-se de uma questão de táctica ou, mesmo, de tacto político ou, pelo contrário, de uma questão de convicções. Percebê-lo faz toda a diferença.’
¹ Cf. Quando um primeiro-ministro dá uma cambalhota no estrangeiro.
2 comentários :
De facto, este governo não sabe nada da "matéria"...
Quiseram o poder a qualquer preço e, agora, fazem uma triste figura e são duma ineficácia atroz...
"Todos para a rua. Basta de cortes nos cidadãos. Abaixo os burlões e os cobradores de impostos".
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