quarta-feira, outubro 05, 2011

Que mil La Férias floresçam



• Augusto M. Seabra, SOS Cultura!:
    ‘(…) Mas há ainda mais grave, gravíssimo: Francisco José Viegas pretende que os teatros nacionais, companhia de bailado e cinemateca discutam com o seu gabinete a programação e que sejam tidos em conta os resultados de bilheteira - em 35 anos de Democracia nunca assistimos a nada assim na Cultura! Depois acrescenta que "não porá em causa nem um milímetro a autonomia artística", o que é uma evidente contradição.

    É normal e correcto que uma entidade pública apresenta à tutela o seu plano de actividades, o que é algo de mais lato. Mas discutir com aquela a programação, tendo nomeadamente em conta os resultados de bilheteira, isso é que não. Ao longo de muitos anos tenho expressado a preocupação com a correcta gestão das entidades culturais públicas e com a relação entre custos de produção e taxas de ocupação. Mas os teatros nacionais, e o teatro com apoio público em geral, não podem ser confundidos com produções de Filipe La Féria ou da UAU.

    Vejamos por exemplo o Dona Maria: tem a sala principal e também a sala estúdio, desde logo com vocações diferentes. E desde a estabilização, com Maria João Brilhante a presidir à administração e Diogo Infante como director artístico, tem havido uma política equilibrada, inclusive com enormes sucessos - por exemplo, até é de espantar que um êxito com semanas de lotações esgotadas como o "Édipo Rei" de Sofocles não tenha sido reposto em temporadas subsequentes, como é prática internacional corrente. Era o que faltava que equipas de programação competentes tivessem de ir discutir aquela com adjuntos e assessores de Viegas. Isto é inaudito na Europa e grave, gravíssimo.’

4 comentários :

Picamilho /Elvas disse...

Como é que Edipo Rei de sofodes não ha-de ser um êxito... isso é o que mais gostamos...e o governo então adora.

Anónimo disse...

Mas ainda não se percebeu que estas medidas merdosas têm em vista ou que as pessoas se demitam para instalar os boys ou para discutir o custo das produções.
O resto, a qualidade, por exemplo, manda-se às urtigas.
O Viegas que eu felizmente nunca via na TV é quem se presta a estes papéis.
Que dizer mais? É um artista português.

josé neves disse...

O paspalhão do xico Viegas, depois de andar a saltitar de lugar para lugar em defesa da sua qualidade de vida, lá foi fazendo o seu percurso via tv pela oposição a Sócrates. Mais um que deve o lugar onde se alcandorou sem mérito ou qualidades, ao efeito Sócrates.
Bastou-lhe ir para a tv teorizar contra as obras "emblemas" de Sócrates e rir-se alarvemente emquanto eexplicava como essas obras eram feitos do diabo e eram infaustos e perigosos à saúde mental dos portugueses.
Mais um paspalhão que à força de prática aprendeu uns jogos de palavras que tenta fazer passar por literatura, mas que na realidade anda pura e simples a tratar da vidinha.
É assim que aceita ser secretário sem assento junto dos ministros e, depois de jorrar ideias na tv sobre tudo (tal como todos do actual governo, ainda não saiu uma gota de ideias de como vai governar a cultura do país.
Aliás, tem tido muitas ideias para meter os amigos e rapaziada psd nos cadeirões de fazer nada e receber pela crise.
Em breve deverão começar a saltar cá para fora montes de "cratinices" com os artistas e criadores sérios de cultura e não de conversa-baba.

Maria Henriques disse...

elucubrações de uma pomba livre sobre a entrevista do secretário de estado de uma cultura assassinada.