segunda-feira, novembro 28, 2011

A crise, diziam os estarolas da São Caetano, era só portuguesa

• Rui Tavares, A crise do euro é uma crise do euro [hoje no Público]:
    ‘No tutano, há só duas posições no debate sobre esta crise. O resto - os swaps e os eurobonds, o FEEF e a troika, o Merkozy e o Gaspar - é ilustração. A discussão era a mesma há quase dois anos, e é a mesma agora.

    Há quase dois anos, tínhamos de um lado os que diziam: esta é uma crise do euro (a chamada posição "sistémica"). Do outro lado, tínhamos os que respondiam: isto não é uma crise do euro, mas apenas um problema na Grécia (a "dívida soberana").

    Aqueles que defendiam a segunda posição levaram um banho de realidade. Onde diziam que "isto" era só um problema da Grécia passaram a dizer: "O euro não está em crise; isto é só um problema de Grécia e da Irlanda." Logo depois: "O euro não está em crise; isto é só um problema da Grécia, da Irlanda e de Portugal." Depois: "O euro não está em crise; isto é só um problema da Grécia, da Irlanda, de Portugal e da Itália." "Ah, e da Espanha, também."

    Mas calma, gente!, que o euro, como nós sabemos, não está em crise: isto agora é só um problema da Grécia, da Irlanda, de Portugal, da Itália, da Espanha. E da Bélgica. Da França. Da Áustria. Até da Holanda. Da Finlândia também. E - ó diabo - da Alemanha.

    As siglas complicadas, como o FEEF, nascem desta dinâmica simples. As cimeiras serviam para resolver um problema localizado. Porque, lembram-se?, o euro não estava em crise. (...)’

4 comentários :

Anónimo disse...

Mas o nosso défice temos de ser nós a reduzir. A nossa divida tem de ser paga por nós. Ou vão ser os Italianos, franceses, espanhóis... a pagá la?

Teófilo M. disse...

Eu acho que a culpa da crise afinal não foi do Sócrates. Pode ser assim?

Anónimo disse...

"Nós", muito em especial os Funcionários Públicos, é isso?

Então espera pela fatura...

meirelesportuense disse...

A culpa da crise sistémica é dos funcionários públicos e dos reformados, desculpem, e dos beneficiários do Rendimento Social de inserção!
Todos os outros são magníficos exemplares de produtividade nacional.
-Não fazem nada, mas são magníficos exemplares de nacionalismo puro, assim a modos da equipa de rugby de Portugal, perdem quase sempre, mas cantam o hino com muita alma e emoção!...