- ‘Vale tudo para ganhar eleições e, uma vez ganhas, logo os compromissos eleitorais são ignorados.
Há menos de um ano apenas, o governo de então caiu porque ousara propor medidas de austeridade muito mais suaves para o povo e para a economia do que aquelas que agora são impostas por aqueles que então se opunham a tais medidas e garantiam solenemente que nunca fariam coisa semelhante.
Algumas das medidas de austeridade que estão a ser impostas ao país nem sequer foram exigidas pela TROIKA nem constam do acordo com Portugal.
Perdeu-se todo o respeito pelos eleitores.
Muitas dessas medidas respondem tão só a uma agenda de interesses cuidadosamente ocultada durante os debates político-eleitorais que precederam a mudança de governo.’
(…)
‘A crise também está a ser usada como pretexto para satisfazer antigas reivindicações dos sectores mais retrógrados dos nossos empresários, sobretudo daqueles que não foram capazes de se adaptar às exigências da modernidade e persistem agarrados aos arquétipos do mais primário liberalismo económico.’
(…)
‘Sejamos claros e justos: se é em respeito pela independência do Banco de Portugal que os quadros e funcionários desta instituição não serão obrigados a prescindir dos subsídios de férias e de Natal, então por que é que não se aplica o mesmo critério a outros órgãos do estado onde a independência é também um requisito para bom desempenho das suas funções?
Haverá entidade onde a independência seja mais necessária do que nos Tribunais?
Então por que é que os magistrados não tiveram tratamento idêntico ao dos quadros e funcionários do Banco de Portugal?’
(…)
‘Por outro lado, as mesmas castas de privilegiados continuam a auto-isentar-se de sacrifícios e, mais do que isso, continuam a banquetear-se indiferentes aos sacrifícios impostos ao povo português.’
‘As gigantescas remunerações que gestores transformados em políticos e políticos transformados em gestores se atribuem uns aos outros em lugares e cargos para que se nomeiam uns aos outros constituem nas circunstâncias actuais uma inominável agressão moral a quem, muitas vezes, é obrigado a cortar na satisfação de necessidades essenciais.
Há gestores de empresas, algumas delas até há pouco controladas pelo estado, que ganham num ano aquilo que a maioria da população só conseguiria se trabalhasse mais de um século ininterruptamente.’
(…)
‘As nomeações para cargos públicos de amigos e familiares, de familiares de amigos e de amigos de familiares multiplicam-se escandalosamente, criando no aparelho de estado um gigantesco polvo clientelar cujos tentáculos se estendem já a empresas privadas onde o governo detém influência política.’
(…)
‘Na área da justiça, está a seguir-se uma política errática marcada pelo populismo e por uma chocante incapacidade de responder adequadamente aos principais problemas do sistema judicial.’
13 comentários :
Bem dito.
O problema é que amanhã já ninguém se lembra.
JM
é o único a falar verdade sobre o que aconteceu e acontece. o ps (este ps) fica-se nas covas e nem sequer confronta o governo com as suas colossais contradições entre o antes e o pós 6 de junho.
Marinho e Pinto não tem papas na língua. É directo, frontal, corajoso. Gostava de ter assistido à «festa» de abertura do Ano Judicial, ver cara de pau de alguns políticos e juizes.
Para mim e muitos,que se candidate à presidência da República!Seria um representante do povo de facto e não como o actual.
Força dr Marinho temos que nos juntar si porque o sr é verdadeira oposição neste pobre país. O Guerra Junqueiro é que tinha tinha tinha razão!Esta oposição conformada de rabo entre as mete dó.O pessoal tem de acordar tem de ir para a rua!Temos que fazer barulho,já a minha avó dizia, quem cala consente!!!
Abençoadas bengaladas!
Grande AMP. Como advogado, votei nele das duas vezes que foi eleito, e não hesitaria em tornar a votar.
Em 99% das vezes que fala, o que diz, é certeiro e correto. Mas às vezes não é o que se diz, mas como se diz. É o embrulho... E esse poderia ser muitas vezes melhor.
O papel que este Bastonário tem que assumir, à falta de uma oposição como se exige!
Senão vejamos o que diz a última sondagem da Marketest, este mês:
"De um saldo de imagem positiva de 8.3% em Novembro de 2011, o actual Primeiro-ministro detém actualmente um saldo negativo de 21.4%."
Já quanto ao líder do PS, no mesmo período, de um negativo de -8,3 tem agora -9%.
Quando Sócrates foi derrubado pela oposição anti-patriótica, os juros estavam a tocar os 8%; hoje ultrapassam os 22%, quase 3 vezes mais; o desemprego, desde a sua saída, cresceu até hoje perto de 200 000.
E atenção! J. Sócrates tinha um PEC IV apoiado pelos nossos parceiros europeus.E mesmo que se seguissem outros pecs nunca teríamos esta troika que nos envergonha, a nossa dignidade e apoio no quadro da UE estava sempre assegurada. Disso vão beneficiar Espanha, Itália e, quiça, a França. Evitaríamos ser carne para canhão, como tudo indica vamos ser com agravamento crise na Grécia.
E o Dr. António José Seguro o que pensa disto?
Marinho e Pinto parece que não precisa pensar muito, porque a realidade entra pelos olhos dentro.
Tínhamos o líder certo para o momento certo. Como vamos resolver isto?
A paciência começa a esgotar-se.
Se o actual líder do PS não está a ver bem a coisa, não lhe fica mal tomar uma decisão, mesmo que dolorosa seja para ele. Fica bem a toda a gente.
Isto assim não pode continuar. Estamos fartos de estratégias conjunturais - para que tudo fique na mesma.
MARINHO PINTO,força,malha nestes pulhas que nos governam,malha,também nessa anedota de presidente que nos calhou em rifa,eleito por uma corja de saloios.ESTE PAÍS TEM O QUE MERECE!
Força Dr Marinho e Pinto.É bom ver gente de coragem.Precisamos, como do pão para a boca.Força, que o povo agradece.
Mas já veio o hipócrita-mor condenar as declarações, sem dizer quais. Também não é preciso, a gente sabe...
ana
Marinho Pinto começa a perfilar-se como o Homem mais indicado para representar a Esquerda democrática e republicana (mas não necessariamente socialista) nas próximas Presidenciais. O meu voto, aliás, já está ganho!
Não me admira por isso que possa vir a tornar-se no novo Sócrates, como alvo preferencial da sabujice do Poder, agora total e completo (Governo, Maioria, Presidente e... líder da "oposição"!). Não podemos deixar que isso aconteça!
Mas as próximas Presidenciais, se o Cavaco não morrer depressa (ou se não for conduzido a uma junta médica psiquiátrica, ou a um Tribunal Penal...), ainda vêm demasiado longe. Há que resolver problemas decisivos no curto prazo.
Esta quadrilha não pode elaborar o próximo Orçamento de Estado. Esse é o problema político imediato. Vamos concentrar-nos nele e agir.
Rápidamente e em força!
Sabes quem sou,
Maria do Amparo.
E a como reage a nação política? A nação política, representada por Suas Excelências os Presidentes da República, da Assembleia da República e dos Grupos Parlamentares, todos aplaude. Aplaude tudo e o seu contrário. E no final apela. Apela e aplaude. Julga que se apelar e aplaudir poderá desfazer o nó da meada a que há muito perdeu o fio. O curioso é que são todos velhos conhecidos. Velhos conhecidos de longas e velhas carreiras. Por isso aplaudem, por isso apelam.
http://ochaimite.blogspot.com/2012/02/apelo-e-aplauso-justica-bloqueada.html
No próximo ano haverá nova Cerimónia de Abertura do Ano Judicial. Mas não haverá nem 5 de Outubro, nem 1º de Dezembro. Desconfio que a Nação não aplaudirá.
Enviar um comentário