- 'Há aqui uma série de conclusões intermédias, mais ou menos complexas que, todavia, não acrescentam muito ao essencial. E o essencial é o seguinte: havia alternativa ao corte das despesas com pensões, salários públicos e transferências sociais, em 2012. Há muito tempo que muita gente já sabia isso, mas agora é dito claramente, embora de forma indirecta, pela acção do próprio governo.
E as alternativas não eram só as que o governo agora anuncia para 2012. Havia (e há) outras, como aumentar a tributação sobre as empresas de energia ou que têm contratos de PPP. Mas o problema mais grave não é da equidade fiscal, já de si sério. É outro, bem mais importante, com extensas implicações macroeconómicas. É que o corte das pensões, salários e transferências é parte integrante da enorme quebra do PIB, em 2012, estimada, por enquanto, em 3,1%.
Uma ideia genial, que iria mudar definitivamente o país, acaba como um facto económico pernicioso e irracional. É o que acontece quando se quer comandar a economia a partir do Terreiro do Paço. Muita coisa tinha ou tem ainda de ser feita, mas definir o quê e em que grau deve partir da análise da capacidade da economia aguentar e não de objetivos longínquos e abstratos. Como, aliás, agora nos é dito a partir de Washington.'
1 comentário :
Vão acordando, mas parece já ser um pouco tarde.
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