O Jornal de Negócios começou por levantar a ponta do véu: há três administradores da Caixa Geral de Depósitos que, apesar de todas as excepções criadas e inventadas, se arriscam a não poder ir ao potezinho. Está aqui explicado porquê.
Entretanto, começou a operação de entorse do Estatuto do Gestor Público. Abriu-se um novo alçapão: o ministro das Finanças — esse mesmo que está empenhado cumprir o propósito de Passos Coelho de empobrecer o país — teria o poder discricionário de fixar a remuneração dos gestores públicos. A mesma jornalista que dera conta do estado de necessidade em que ficariam os três administradores da Caixa informava, na sexta-feira, de que há uma saída para este drama, não fazendo alusão ao que havia dito aqui.
Hoje, completa-se a operação, com um dos administradores em estado de necessidade a afirmar no Jornal de Negócios: “Mais importante do que os salários é que a Caixa se possa afirmar como uma entidade empresarial, gerida segundo pressupostos de natureza técnica e de negócio, e menos como uma extensão da Administração Pública.” Mas, já agora, o mesmo administrador que fala na “independência” da Caixa Geral de Depósitos vai (ou foi) ao Terreiro do Paço solicitar ao Governo que dê um jeitinho nas suas remunerações.
Moral da história — O Estatuto do Gestor Público aplica-se à vontade do freguês. E, de caminho, o Governo meteu no bolso os administradores que apregoam nos jornais a sua indomável vontade de lutar pela “independência” da Caixa. E se isso lhe pode vir a dar jeito.
3 comentários :
Continuando: e para ganhar independência,há que subir os salarios.
Esta gente envergonha a honra portuguesa.
Gente sem palavra, com principios distorcidos e que depreza por completo as dificuldades porque passam aqueles que são vitimas das suas más escolhas politicas.Gente que se recusa sequer a questionar se é de facto bom o que estão a fazer ao país.Traidores.Correr com estes vigaros deve ser designio nacional.
Este desgraçado país está verdadeiramente entregue a gente sem vergonha. Mas a responsabilidade também é do "bom povo português", que elege sempre as mesmas criaturas!!
Bom dia.
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