- 'Cavaco é a permanente negação da cultura do debate democrático. É o mais antigo político profissional, a caminho de 20 anos entre Belém e S. Bento, sempre fingindo estar de passagem, por sacrifício e com desdém da vida pública. Pai do monstro da despesa pública no maná dos fundos europeus, disserta professoralmente sobre a boa e a má moeda com a sobranceria de quem diz nuncase enganar.
Reeleito com a menor maioria de sempre, foi medíocre na noite da vitória quando seria simples ser magnânimo. Na tomada de posse, fez um discurso partidário e paroquial sobre as causas da crise que abriu caminho à queda do Governo e à negociação da ajuda externa em condições de máxima fragilidade política.
Realizado o velho sonho de direita da hegemonização do poder, Cavaco não disfarça o mal-estar por a nova direita liberal não lhe reconhecer o primado histórico. É tolerado como uma tia velha que importa respeitar nas cerimónias de família mas que não vale a pena ouvir nas decisões diárias da árdua agenda orgulhosamente além da troika.'
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