quarta-feira, abril 11, 2012

“O nosso Governo faz exactamente aquilo que, antes das eleições, disse explicitamente que nunca faria”

João Cardoso Rosas, Democracia sem abertura?:
    ‘O nosso Governo faz exactamente aquilo que, antes das eleições, disse explicitamente que nunca faria: aumentos de impostos, cortes dos salários e das pensões, etc. Até mesmo as medidas avulsas, como se viu esta semana em relação ao prazo de suspensão dos subsídios ou à impossibilidade de reformas antecipadas, são tomadas "às escondidas", sem disponibilização da informação relevante e sem escrutínio público.

    Já sei o que me dirão: tudo isso tem uma explicação e uma racionalidade. Há coisas que não se pode dizer e que, se fossem publicitadas, perderiam o efeito pretendido. Por isso todos temos de colaborar com a mentira, ou as mentiras sucessivas. Suponhamos que assim é (o que não é de todo claro, do meu ponto de vista). Ainda assim, creio que existe aqui um problema gravíssimo para o regime democrático, se for correcto o que acima ficou dito sobre a relação entre democracia e "abertura". Que viabilidade tem uma democracia formal quando nela os cidadãos não têm acesso à informação mais relevante para a sua vida colectiva, quando essa informação é constante e extensamente sonegada pelos governantes, ou quando os agentes políticos fazem num dia o contrário do que tinham dito no dia anterior?’

2 comentários :

Maria Rita disse...

Subscrevo este post.vou mais longe.,as campanhas são uma fraude.A criação de circulos uninominais para responsabilizarmos os deputados,e acabar com as arruadas e termos mais debates com compromissos de honra em determinadas materias,para não haver hipoteses de elegermos bonecos ao serviço de interesses obscuros.Ainda hoje ando nervosa quando me lembro do que foi prometido,e da privatização de empresas como a EDP e REN ,que deviam ser estrategicas para o pais.

Carlota Joaquina, a grande vaca disse...

Maria Rita, Maria Rita... Os círculos uni-nominais são uma miragem. Não vás em mais essa cantiga...


Olha lá, Portalegre já é, na prática, um círculo bi-nominal (elege apenas dois Deputados). Achas que isso faz alguma diferença?


Não sei onde moras, por isso ponho uma hipótese: resides em Lisboa, nas Telheiras, e o "teu" Deputado passava a ser do PSD, imagina tu, talvez até o Carlos Abreu Amorim, ou outro artista de igual calibre.


Agora pensa: em que é que tu supões que irias "influenciar" o Carlos Abreu Amorim na hora das votações?


És uma lírica, ou então não petiscas nada deste assunto e eles aproveitam-se dessa tua impreparação, sem sequer te dares conta...