A temperatura do ar

• António Correia de Campos, A temperatura do ar [hoje no Público]:

‘Deixemos o episódio-entrevista; ele apenas documenta a forma de agir do primeiro-ministro, polido e distante, frio e calculista, sem ponta de afecto visível. Vamos ao autor material. A capa de seriedade e profissionalismo do ministro das Finanças quebrou com a manifesta improvisação de algumas soluções. As mais gritantes são a "modelação" dos aumentos da TSU para os cidadãos de mais baixo rendimento, através de impostos negativos e a criação em cada empresa de uma conta alimentada pelas receitas resultantes da redução da TSU patronal, destinadas a financiar a contratação de novo pessoal, reduzindo o desemprego. Ou a baixar o preço dos artigos dos supermercados, como alvitra o primeiro-ministro, numa indirecta às críticas dos operadores. Angelical e invasivo, em simultâneo? Não, meramente livresco e teórico apenas. Parece ser chegada a altura de, depois da aprovação do Orçamento, o ministro ser convidado e estagiar na economia real, para um banho lustral de realidade.’